colares, olhos, astros,
serpentinas de fogos de cores,
brilha em teus braços de rio que se curva,
em teu pescoço de dia que desperta.
A fogueira que acendem na floresta,
o farol de pescoço de girafa,
o olho, girassol da insónia,
cansaram-se de esperar e perscrutar.
Apaga-te
para brilhar não há como os olhos que nos vêem:
contempla-te em mim que te contemplo.
Dorme,
veludo de bosque,
musgo onde reclino a cabeça.
A noite com ondas azuis vai apagando estas palavras,
escritas com mão volúvel na palma do sonho.
Octavio Paz, Antologia Poética (Liberdade sob Palavra), trad. Luís Pignatelli
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