Nunca se sabe aquilo que basta. Talvez baste um poema, uma coisa mínima, viva, nossa, uma coisa rub-reptícia para empunhar diante do implacável acordo das formas exteriores. Também pode ser que nada baste. E nesse caso tanto faz escrever um romance ou cem poemas ou apenas um poema, ou ler, ou emendar o céu astronómico, ou manter-se parado no meio de um jardim húmido e silencioso, à noite. Até pode suceder que a morte não seja bastante. E isto, sim, é interrogativo.
Herberto Helder, em Relâmpago, Revista de Poesia 36/37, Abril/Outubro de 2015 (pág.133)
"Até pode acontecer que a morte não seja bastante"... Se calhar não arranjo resposta melhor para a Teresa.
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