"A infância não explica a vida; e a vida não explica a obra. Mas uma e outra se condicionam e esclarecem. Quando em torno de uma obra, a vida não cessa de fazer um tumulto que lhe serve de obstáculo ou de publicidade, quando a própria obra se refere à infância assim como ao mistério a que tudo se reduz, é bem legítimo debruçarmo-nos sobre o que foi seu húmus e constitui sua lenda.
A obra de Orson Welles permanece marcada pela impureza da vida, não conseguiu desligar-se dessa vida que se apresenta como uma infância prolongada, geralmente admirável, e por vezes monstruosa."
Primeiras linhas de
Orson Welles
Maurice Bessy
Editorial Presença, 1965
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