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06 setembro, 2014

O consolo para quem não tem abrigo
nunca vem em forma de tecto
mas da boca de desabrigados.

Judith Herzberg, O Que Resta do Dia

05 setembro, 2014

My dear, tudo isto me traz outras ideias,
finda a tristeza, corro para casa, não é espantoso,
os ventres das gaivotas mais altas no céu
reluzindo a um sol que há muito se pôs?

Judith Herzberg, O Que Resta do Dia

07 março, 2014

Um ramo com trinta anémonas azuis.
Uma com o caule quebrado em vários sítios,
cada quebra dá-lhe um movimento diferente.
Assim é ela a única flor que olha lá para fora.
Não penses logo: é o poeta. Ele ainda não sabe
não sabe com qual das trinta se identifica mais.
Ainda não sabe sequer que mais logo
receberá anémonas azuis.

Judith Herzberg, O Que Resta Do Dia
Nunca ninguém tem a certeza de nada,
de ser amado, de ser abandonado
tudo é possível e tudo é permitido
tudo sucede em alternância.

Agora me lembro o que queria dizer:
enquanto isso não trouxer infelicidade
é uma sensação agradável. Mas no fundo
somos doces como Turkish Delight
numa lata cheia de pregos.

Judith Herzberg, O Que Resta Do Dia

Judith Herzberg, por Chris van Houts