30 abril, 2017

Magdalena Abakanowitcz (1930-2017)

Magdalena Abakanowitcz, Red Abakans, 1969

27 abril, 2017


A mí me han dado un silencio
pleno de formas y visiones 

Alejandra Pizarnik


Foto de Cristina Tavares.
CT, abril 2017

25 abril, 2017

                                                     

             















CT, abril 2017



Não sei como dizer-te que minha voz te procura
e a atenção começa a florir, quando sucede a noite
esplêndida e vasta.
Não sei o que dizer, quando longamente teus pulsos
se enchem de um brilho precioso
e estremeces como um pensamento chegado. Quando,
iniciado o campo, o centeio imaturo ondula tocado
pelo pressentir de um tempo distante,
e na terra crescida os homens entoam a vindima
— eu não sei como dizer-te que cem ideias,
dentro de mim, te procuram.


Herberto Helder, A Colher na Boca

24 abril, 2017

Lourdes Castro

Lourdes Castro, Sombra projectada de Solange Dias, 1973

18 abril, 2017

nascer em desaparecimento

Edouard Vuillard, Au Théâtre, 1892



















É preciso a humildade para aceitar o humano: a sua condição primeira de que se nasce em desaparecimento. As imagens, a procura são o diálogo com esse desaparecimento.


Maria Gabriela Lhansol

15 abril, 2017

Alberto Carneiro (1937-2017)

Alberto Carneiro, 2013




















A natureza sonha nos meus olhos desde a infância. Quantas vezes adormeci entre as ervas? A minha primeira casa foi em cima da cerejeira que hoje é uma escultura. Entre o meu corpo e a terra houve sempre uma identidade profunda. A floresta ou a montanha que eu trabalho num tronco de árvore ou num bloco de pedra fazem parte integrante do meu ser.

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Uma nuvem, uma árvore, uma flor, um punhado de terra situam-se no mesmo plano estético em que nos movemos, são parte integrante do nosso mundo, são um manancial de sensações vindas de todos os tempos, através duma memória que tem a idade do homem. Não a pedra pelo seu lado externo, pela conversão dos seus valores formais, mas pelas qualidades do seu íntimo, pelo cosmos que está nela e o qual nos é dado possuir na simplicidade em que a coisa vive.


Alberto Carneiro

12 abril, 2017

Wrapped Trees

Christo & Jeanne-Claude, Wrapped Trees, 1997-98

06 abril, 2017

Jesús Jiménez Domínguez


Amamos as coisas redondas e pensamos
que vão ser eternas amáveis e perfeitas:
a toranja debaixo do rotundo sol de agosto,
a pulseira que orbita em volta do pulso,
a moeda com duas faces e nenhuma cruz,
a bola de praia em cujo interior que ainda se respira
um ar paciente de mil novecentos e oitenta e dois.

Há dias redondos em que tudo se encaixa
e a vida parece andar sobre rodas:
alguém, de lixa na mão, encarregou-se
de subtrair ao mundo todas as esquinas,
todas as arestas, todas as bordas.

Mas basta que atravesses um declive
ou que tudo se volte, de repente, para cima,
para verificar que são as coisas redondas
as primeiras a sair e a começar a correr:
a toranja, a pulseira, a moeda e a bola.

Eu recuso-me redondamente a aceitar tais desplantes.
Às formas esféricas eu oponho as coisas informes.
Escolho as imperfeitas, as imprecisas, as irregulares.
Aquelas cheias de defeitos, amolgadelas ou dobras.
Bonitas e originais, sem se sujeitarem a nenhum centro,
só elas permanecem e nos acompanham sempre.


Jesús Jiménez Domínguez, Ensinar o Eco a Cantar


04 abril, 2017

Lygia Clark

Lygia Clark, Sundial, 1960

03 abril, 2017

António Gonçalves Pedro

Learn how to see. Realize that everything connects to everything else.

Leonardo da Vinci


















02 abril, 2017

Kunié Sugiura

Kunié Sugiura, Market Front, 1978

Kunié Sugiura,Winter Branches, 1977-78
Kunié Sugiura,Yellow Floor, 1977

01 abril, 2017

Emile Bernard

Emile Bernard, Madeleine au Bois D'Amour, 1888