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12 junho, 2016

procuro tudo isso no mapa

CT, Blue Velvet, junho 2016















Procuro tudo isso no mapa, com um dedo um tanto impreciso, porque inquieto - num mapa para crianças, como tenho de confessar desde já.
Não se encontra nenhum desses lugares, eles não existem, mas eu sei, sobretudo agora sei, onde eles deviam estar...

Paul Celan, Arte Poética


16 novembro, 2015

Outono e seda e nada

Cega já hoje:
também a eternidade está cheia de olhos - 
aí dentro
se afogou aquilo que ajudou as imagens
a percorrer o seu caminho,
aí dentro
se apagou aquilo que te tirou, também a ti,
da linguagem, com um gesto
que deixaste acontecer como
a dança de duas palavras feitas de simples
Outono e seda e nada.

Paul Celan, Não Sabemos mesmo O Que Importa

Edgar Degas, s/título, 1895

13 novembro, 2015

Helene e Paul

A pintora Helene Schjerfbeck
























Estrias de arnês, eixos de prega,
pontos
de perfuração:
teu terreno.

Em ambos os pólos
da rosa do abismo, legível:
tua palavra proscrita.
Verdadeiro a norte. Claro a sul.

Paul Celan, Não Sabemos mesmo o Que Importa

17 outubro, 2015

Paul e Bertrand

Ainda te lembras que nadavas?
Aberta estavas ante mim,
estavas ante mim, estavas
ante mim ante
minha ante-
cipada alma.
Eu nadava por nós dois. Não nadava.
Nadava a árvore cintilante.

Paul Celan, Não Sabemos mesmo O Que Importa


Bertrand Sallé, Les Amours Impossibles

31 agosto, 2015

Paul Celan

Respira três vezes fundo,
resplandece três vezes fundo.

Paul Celan, Não Sabemos Mesmo o Que Importa, (trad.Gilda Lopes Encarnação)



CT, Praia das Maçãs, 2015



15 julho, 2015

Harry Callahan






























Quem traz a arte diante dos olhos e no sentido (...) esquece-se de si. A arte provoca o distanciamento do Eu.

Paul Celan, Arte Poética

09 junho, 2015

mudança na respiração

Poesia : é qualquer coisa que pode significar uma mudança na respiração.

Paul Celan, Arte poética



Walker Evans, Barn, 1969-71

30 dezembro, 2014

Paul Celan

(...)

di-lo, como se eu fosse este 
teu branco,
como se tu fosses
o meu,

(...)

Paul Celan, Sete Rosas Mais Tarde

21 abril, 2014

Poem





















CT, Poem, (da série Sleeping Head), abril 2014


Sou tu quando sou eu (Paul Celan)

20 abril, 2014

Much Loved



























CT, Much Loved (da série Sleeping Head), abril 2014


- eu aqui, eu; eu, que te posso dizer, que te poderia dizer tudo isto; eu, que não o digo e não to disse; eu com  lírio-turco à esquerda, eu, com o rapúncio, eu com os dias, eu aqui e eu ali, eu, acompanhado talvez - agora! - pelo amor dos não amados, eu a caminho de mim aqui em cima.

Paul Celan, Arte Poética -  O Meridiano e outros textos

14 março, 2014

Agora juntas ao teu peso                         
tudo o que é leve,                                                       (para F.)

agora desmascaras
o sempre nomeado
mas sem nome,
agora mandas os martelos-
mecânicos, os fura-sílabas
para debaixo do esporão
daquele
que te leva a saltar para o outro lado
da ardilosa madeira da sebe,

agora
escreves.

Paul Celan, A Morte É Uma Flor

13 março, 2014

O poema, (...)  pode ser uma mensagem na garrafa, lançada ao mar na convicção - decerto nem sempre muito esperançada - de um dia ir dar a alguma praia, talvez a uma praia do coração.Também nesse sentido, os poemas estão a caminho - têm um rumo.

Paul Celan, Arte Poética

12 março, 2014

Só mãos verdadeiras escrevem poemas verdadeiros. Não vejo nenhuma diferença de princípio entre um aperto de mão e um poema.

Paul Celan, Carta a Hans Benderm

Paul Celan, foto do passaporte, 1938

22 janeiro, 2008

dois retratos de Paul Celan



UMA VEZ
ouvi-o,
lavava o mundo,
invisível, toda a noite,
real.

Paul Celan, "Sete Rosas Mais Tarde"

Paul Celan

Reunido está o que vimos,
para despedida de ti e de mim:
o mar, que nos lançava noites para a terra,
a areia, que as atravessou connosco,
a urze vermelho-ferrugem além
onde o mundo nos aconteceu.

Paul Celan, "Sete Rosas Mais Tarde"