30 dezembro, 2017

o poema todo

Cristina Tavares, Novas Colagens (o poema todo), dez 2017


     Sei que o poema aparece, emerge e é escutado num equilíbrio especial da atenção, numa tensão especial da concentração. O meu esforço é para conseguir ouvir o «poema todo» e não apenas um fragmento. Para ouvir o «poema todo» é necessário que a atenção não se quebre ou atenue e que eu própria não intervenha. É preciso que eu deixe o poema dizer-se. Sei que quando o poema se quebra, como um fio no ar, o meu trabalho, a minha aplicação não conseguem continuá-lo.


Sophia de Mello Breyner Andresen , Arte Poética IV

27 dezembro, 2017

John Heartfield

John Heartfield utilizou a fotomontagem como forma de manifesto anti nazista. 

O Tannenbaum im deutscen Raum, wie krumm sind deine äste!, John Heartfield (German, 1891–1968), Rotogravure 
John Heartfield, Pequena Árvore de Natal Alemã, 1934

22 dezembro, 2017

José Val del Omar

Cristina Tavares, Novas Colagens (El que ama, arde), dez 2017



















El que ama, arde
Y el que arde vuela a la velocidad de la luz
porque amar es
ser lo que se ama


José Val del Omar, Tientos de Erótica Celeste, 1992 
(selección y adaptación de Gonzalo S.de Buruaga y María José Val del Omar)

21 dezembro, 2017

José Val del Omar

José Val del Omar, 
fotografia das Misiones Pedagogicas, anos 30,  em Espanha


















18 dezembro, 2017

Álvaro Lapa

Pintura de Álvaro Lapa é objeto da semana
 Álvaro Lapa, Em que pensas? No tempo todo,1979-80

17 dezembro, 2017

Cristina Tavares, Novas Colagens, 2017

16 dezembro, 2017

Emily Dickinson

Cristina Tavares, Novas Colagens (Poderíeis dizer-me), dezembro 2017
















Poderíeis dizer-me como crescer - ou é intransmissível - como a Melodia - ou o Bruxedo?

Emily Dickinson, Poemas e Cartas (trad. Nuno Júdice)

15 dezembro, 2017

Michael Helzer

Michael Helzer, North, East, South, West, 1967



Michael Helzer, Displaced Replaced Mass, 1977



Michael Helzer, Levitated Mass, 2012



Michael Helzer, Fragment A, 2016

12 dezembro, 2017

László Moholy-Nagy

László Moholy-Nagy,1926/28

11 dezembro, 2017

The Bauhaus women

The Bauhaus women, including Gunta Stölzl (via The Guardian )

10 dezembro, 2017

Gunta Stölzl

Gunta Stölzl no seu atelier


Mestres da Bauhaus:
Marcel Breuer,Gunta Stölzl, Oscar Schlemmer e Walter Gropius




Gunta Stölzl


Giotto e Gunta

Giotto, Sonho de Inocêncio III,  1297-99 
Gunta Stölzl, 5 Chöre, Têxtil, 1928

06 dezembro, 2017

Richard Long

Richard Long, Berlin Circle

05 dezembro, 2017

W. B. Yeats

Cristina Tavares, Novas Colagens (Incansáveis Asas), dez 2017



















Todas as palavras que profiro,
E todas as palavras que escrevo,
Deverão alargar as suas incansáveis asas,
Sem nunca repousarem no seu voo,
Até chegarem ao sítio do teu coração tristíssimo,
E cantarem para ti à noite,
Para lá de onde se movem as águas,
Escurecidas de tempestade ou estelíferas.

W. B. Yeats, em Lacre, Traduções e Versões de Poesia de Vasco Gato (ed. Língua Morta)

04 dezembro, 2017

Dylan Thomas

CristinaTavares,
Novas Colagens (Dying of the light), 2017




















Rage, rage against the dying of the light.

Dylan Thomas

03 dezembro, 2017

Frederico Mira George

Foto de Cristina Tavares.
Frederico Mira George, Music by - W.A.Mozart 40th Syf, 1987

02 dezembro, 2017

Ted Kooser


Cristina Tavares, Novas Colagens (Glaciar), 2017


























Hoje, ao longe, assisti
ao teu afastamento, e sem fazer barulho
o rosto cintilante de um glaciar
deslizou para o mar. Um velho carvalho
tombou nas Cumberlands, segurando apenas
um punhado de folhas, e uma velha
que espalhava milho pelas suas galinhas ergueu
por instantes o olhar. Do outro lado
da galáxia, uma estrela trinta e cinco vezes
maior do que o nosso sol explodiu
e desapareceu, deixando um pontinho verde
na retina do astrónomo
que estava na grande cúpula aberta
do meu coração sem ninguém a quem contar.


Ted Kooser, em Lacre, Traduções e Versões de Poesia de Vasco Gato (ed. Língua Morta)

01 dezembro, 2017

Roland Barthes

Cristina Tavares, Novas Colagens (Que Penso do Amor?), nov 2017




















Que penso do amor? - Em suma, nada penso. Gostaria de saber o que é, mas, estando nele embrenhado, vejo-o em existência, não em essência. (...) Assim, por mais que discorra sobre o amor ao longo do ano, apenas poderei ter a esperança de agarrar o conceito «pela cauda»: por relâmpagos, fórmulas, surpresas de expressão, dispersos através da grande corrente do Imaginário; estou do lado mau do amor, do seu lado deslumbrante: «O lugar mais sombrio, diz um provérbio chinês, situa-se sempre sob a lâmpada.»

Roland Barthes, Fragmentos de Um Discurso Amoroso (edições 70)


30 novembro, 2017

Maria Gabriela Llansol

Cristina Tavares, Novas Colagens, novembro 2017





















Mas estar envolvido pela luz é a minha solidão.
Mas vivo na minha própria luz, bebo as chamas que se escapam de mim.


Maria Gabriela Llansol, O Livro das Comunidades, Geografia de rebeldes I, Ed.Assírio e Alvim

29 novembro, 2017

Anne Sexton

Cristina Tavares,
Novas Colagens (Elevador até ao Céu), nov 2017



























Como disseram os bombeiros:
nunca reservar um quarto acima do quinto piso
em nenhum hotel de Nova Iorque.
Há escadas que sobem mais alto
mas ninguém as sobe.
Como disse o New York Times:
o elevador localiza sempre
o piso do incêndio
e abre automaticamente
sem voltar a fechar.
São estes os avisos que deverás esquecer
se quiseres sair de ti mesmo.
Se quiseres estampar-te contra o céu.


Lacre, Traduções e Versões de Poesia de Vasco Gato (ed. Língua Morta)


28 novembro, 2017

André Tecedeiro

CT, Novas Colagens (Papillon), novembro 2017



Papillon, espera pela sétima onda.
Essa ilha é um veneno
rodeado de inferno por todos os lados.

Ouvi falar de borboletas
que migram
na pegada do Sol.
Batem do Canadá ao México
pequenas asas.

No caminho morrem três ou quatro vezes
 Mas esqueçamos por momentos que
a borboleta que parte não é a mesma que chega:
o que o mistério nos conta é que
uma borboleta é capaz
de atravessar um continente.

André Tecedeiro




24 novembro, 2017

Novas Colagens




Cristina Tavares, Novas Colagens, novembro 2017

Cristina Tavares, Novas Colagens, novembro 2017

19 novembro, 2017

ar líquido

Cristina Tavares, s/ título, janeiro 1991

18 novembro, 2017

ligar o coração à luz

Vivian Maier, Auto-retrato, Chicago, data desconhecida


















A fotografia é só ligar o coração à luz e não fazer ruído.

Frederico Mira George



14 novembro, 2017

Richard Long

Richard Long, Walking a Line in Peru, 1972





Richard Long, Five Stones, Iceland, 1974




Richard Long, Dusty Boost Lines, The Sahara, 1988

10 novembro, 2017

John Heartfield

John Heartfield, The Cabbage Head, 1930

09 novembro, 2017

Floris Neusüss

Floris Neusüss, Korperbild, 1963


Floris Neusüss

Hannah Hoch

Floris Neususs, Hannah Hoch, Berlin, 1962

08 novembro, 2017

August Sander

August Sander, The Public Prosecutor, 1931

07 novembro, 2017

Francisco Tropa

Francisco Tropa, Flores, 2012

05 novembro, 2017

Maria Judite de Carvalho



Josef Albers, s/ título, c.1929













Há hoje um cheiro a partir,
um cheiro a não estar aqui,
um cheiro a mar verde-pálido,
de algas soltas, sem raízes.
Estou no cais mas não saí.
Tenho um passaporte inválido 
para todos os países.

Maria Judite de Carvalho, A Flor que Havia na Água Parada

04 novembro, 2017

Lauren Steeper

Lauren Steeper, Fixed Eggs

03 novembro, 2017

Michelangelo Pistoletto

Michelangelo Pistoletto, The Ears of Jasper Johns, 1966

01 novembro, 2017

30 outubro, 2017

Francisco Tropa

 Francisco Tropa, Quad, 2008

29 outubro, 2017

sobe uma figura

Um avião aterrava
no meu terror, começar
por haver deus 
e depois nem um irmão
com quem trocar canivetes, lâminas.
Mas olha bem no escuro
ao lado de cada verso
sobe uma figura.

Helder Moura Pereira, Mercúrio, 1987


Sjaak Kempe, Paul Cézanne'studio

27 outubro, 2017

Helder Moura Pereira

Francisco Tropa,Terra Platonica, 2013



















As emoções deste lado
não são iguais
às emoções daquele 
lado, só parecem.
Faz ao contrário, põe
desenhos às palavras,
apaga o risco vertical do caderno.

Helder Moura Pereira, Mercúrio, 1987