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20 maio, 2016

E.E. e as mãos e a voz e Brassaï

Olha
os meus dedos que 
te tocaram
e ao teu calor e vigorosa
pequenez
-vês? não se parecem com os meus 
dedos. Os meus pulsos mãos
que seguraram cuidadosamente o teu
suave silêncio (e o teu corpo
sorriso olhos pés mãos)
são diferentes
daquilo que eram.  Os meus braços
em que tu toda descansas dobrada
tranquila, como uma
folha ou alguma flor 
acabada de criar pela Primavera
ela mesma, não são os meus
braços.  Não reconheço
como sendo eu próprio este que eu vejo diante
de mim ao espelho.  não 
acredito
ter visto estas coisas jamais;
alguém a quem amas
e que é mais magro
mais alto do que
eu entrou e ficou com 
uns lábios como aqueles com que costumo falar,
uma nova pessoa está viva e 
gesticula comigo
ou talvez sejas tu quem
com a minha voz
está 
a brincar.

E.E. Cummings, Poems from the 1920's

Brassaï, Pigeondre, 1934

26 março, 2016

E.E.Cummings: it is art because its alive


  






























It is Art because it is alive. It proves that, if you and I are to create at all, we must create with today and let all the Art schools and Medicis in the universe go hang themselves with yesterday’s rope. It teaches us that we have made a profound error in trying to learn Art, since whatever Art stands for is whatever cannot be learned. Indeed, the Artist is no other than he who unlearns what he has learned, in order to know himself; (...) 


(...)"to become an Artist” means nothing: whereas to become alive, or one’s self, means everything.



E. E. Cummings, A Miscellany Revised

26 dezembro, 2012

no time ago
or else a life
walking in the dark
i met christ

jesus) my heart
flopped over
and lay still
while he passed (as

close as i'm to you
yes closer
made of nothing
except loneliness


e.e.cummings

03 janeiro, 2009

tantos seres(tantos demónios e deuses
cada qual mais ganancioso do que todos)é um homem

(tão facilmente um em outro se esconde;
e não pode o homem, sendo todos, fugir a nenhum)

Tão vasto tumulto é o mais simples desejo:
tão impiedoso massacre a esperança
mais inocente(tão profunda é a mente da carne
e tão desperto o que o acordar chama dormir)

assim nunca o mais sozinho homem está só
(o seu mais breve respirar vive o ano de algum planeta,
a sua mais longa vida é a pulsação de algum sol;
a sua menor imobilidade percorre a mais jovem estrela)

(...)

E.E.Cummings, livrodepoemas

29 dezembro, 2008

sou uma pequena igreja(não uma grande catedral)
longe da opulência e imundíce das apressadas cidades
-não me preocupo se os dias mais breves se tornam brevíssimos,
não tenho pena quando sol e chuva fazem abril

a minha vida é a vida do ceifeiro e do semeador;
as minhas orações são as orações da terra onde desajeitadas lutam
(encontrando e perdendo e rindo e chorando)as crianças
cuja qualquer tristeza ou alegria é meu tormento e meu aprazimento

à minha volta surge um milagre incessante
nascer e glória e morte e ressurreição:
sobre o meu ser adormecido flutuam flamejantes símbolos
de esperança, e eu acordo para uma perfeita paciência de montanhas

sou uma pequena igreja(longe do alucinado
mundo com o seu enlevo e angústia)em paz com a natureza
-não me preocupo se as noites mais longas se tornam longuíssimas;
não tenho pena quando a calma se torna canto

de inverno de primavera,ergo a minha espiral diminuta para
o misericordioso Ele Cujo único agora é para sempre:
permanecendo erecto na verdade imortal da Sua Presença
(acolhendo humildemente a Sua luz e orgulhosamente as Suas trevas)

E.E.Cummigs, "livrodepoemas"