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05 outubro, 2014

O poeta Bashô ensina que os famosos feitos
dos líderes militares ensanguentados dão em nada
enquanto o pulo de uma rã pode durar séculos.

Nuvens negras e chuva chegam desde o Atlântico.
O sol paira mas agora, sobre Saint-Nazaire
grãos de gelo caem do céu como arroz escuro.

Os poetas são criaturas quase sempre sem conteúdo,
homens que dizem coisas tontas e inverosímeis,
loucos e faladores que imaginam o que lhes apraz.

E no entanto, no entanto, sussurram acerca de milagres,
discorrem sobre o que os outros nem sequer suspeitam,
de modo que suas palavras ardem na escuridão, fosforescendo.

O poeta japonês Bashô ensina-me
que o que está perto pode ser assustadoramente distante e que uma jornada
para um lugar longínquo traz-nos para mais próximo de nós próprios.

Sobre o Atlântico, o céu escureceu,
o granizo caiu ainda há momentos, e agora a cidade brilha
nos raios de sol sob o céu claro. 

Milan Djordjevic