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25 novembro, 2015

Marina Tsvetáeva

Não verás a visita da noite...
Para sempre, perdoa e adormece
No abrigo a toda a prova
Daquesta luz impossível.

Mas se - não julgues que te ilude
O ouvido! - a que te ama -
Se apartar um pouco, se a noite
For pranto, e a cítara - for peito...

Isso é o meu amante, de louros
Na fronte, que virou os cavalos para fora
Da liça. São ciúmes de Deus
Pela sua favorita.

Marina Tsvetáeva, Depois da Rússia (trad.Nina Guerra e Filipe Guerra)

24 novembro, 2015

Marina Tsvetáeva

Para não me veres - 
Na vida - cinjo-me da cerca
Invisível e penetrante.

Cinjo-me da madressilva,
Cubro-me do algodão da geada.

Para não me ouvires
Na noite - com manha de velha
Me dissimulo - e me protejo.

Cinjo-me do restolhar,
Cubro-me de ramagens. 

Para que não floresças muito
Em mim - nos silvados: enterro-me
Nos livros ainda em vida:

Cinjo-te de fantasias,
Cubro-te de ilusões.


Marina Tsvetáeva, Depois da Rússia (trad.Nina Guerra e Filipe Guerra)