Deita fora as luzes, as definições,
E diz do que vês no escuro
Que é isto ou que é aquilo,
Mas não uses os nomes podres.
Wallace Stevens, O Homem da Viola Azul
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05 abril, 2019
01 janeiro, 2019
Wallace Stevens
Perhaps the truth depends on a walk around the lake.
Wallace Stevens
Cristina Tavares, Around the Lake, 31 dezembro 2018
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27 dezembro, 2014
Conversa à Mesa
Morremos de vez, é certo.
Por isso, a vida é uma coisa,
De que acontece, ou não, gostar.
Mas sendo assim, porque me acontece
Gostar do mato vermelho,
Da erva cinzenta e do céu verde-cinza?
E que mais? Mas, vermelho,
Cinzento, verde, porquê, especialmente?
Não foi isso que eu disse:
Não esses, especialmente. Apenas, esses.
Gostamos do que acontece gostarmos.
Gostamos da maneira como o vermelho cresce.
Não tem nenhuma importância.
Acontecer gostar é uma das maneiras
Que as coisas têm de acontecer.
Wallace Stevens, Antologia
Morremos de vez, é certo.
Por isso, a vida é uma coisa,
De que acontece, ou não, gostar.
Mas sendo assim, porque me acontece
Gostar do mato vermelho,
Da erva cinzenta e do céu verde-cinza?
E que mais? Mas, vermelho,
Cinzento, verde, porquê, especialmente?
Não foi isso que eu disse:
Não esses, especialmente. Apenas, esses.
Gostamos do que acontece gostarmos.
Gostamos da maneira como o vermelho cresce.
Não tem nenhuma importância.
Acontecer gostar é uma das maneiras
Que as coisas têm de acontecer.
Wallace Stevens, Antologia
07 abril, 2008
Wallace Stevens
CADÊNCIA DE MARTE
(…)
III
Que tinha essa estrela a ver com o mundo que iluminava,
Com o vazio dos céus sobre a Inglaterra, sobre a França
E sobre os acampamentos alemães? Parecia estar alheia.
E, no entanto, é isto que permanecerá – ela própria
É tempo, alheio a qualquer passado, alheia a
Qualquer futuro, o ser que sempre é
O que sempre respira e mexe, o fogo permanente,
IV
O presente próximo, o presente realizado.
Não o símbolo, mas aquilo por que o símbolo está,
A coisa, viva no ar, que nunca se transforma
Se bem que o ar se transforme. Só esta noite eu a vi de novo,
No princípio do Inverno, e de novo respirei
E de novo me movi e de novo cintilei, o tempo de novo cintilou.
Wallace Stevens, “Partes de um Mundo”
(…)
III
Que tinha essa estrela a ver com o mundo que iluminava,
Com o vazio dos céus sobre a Inglaterra, sobre a França
E sobre os acampamentos alemães? Parecia estar alheia.
E, no entanto, é isto que permanecerá – ela própria
É tempo, alheio a qualquer passado, alheia a
Qualquer futuro, o ser que sempre é
O que sempre respira e mexe, o fogo permanente,
IV
O presente próximo, o presente realizado.
Não o símbolo, mas aquilo por que o símbolo está,
A coisa, viva no ar, que nunca se transforma
Se bem que o ar se transforme. Só esta noite eu a vi de novo,
No princípio do Inverno, e de novo respirei
E de novo me movi e de novo cintilei, o tempo de novo cintilou.
Wallace Stevens, “Partes de um Mundo”
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