CADÊNCIA DE MARTE
(…)
III
Que tinha essa estrela a ver com o mundo que iluminava,
Com o vazio dos céus sobre a Inglaterra, sobre a França
E sobre os acampamentos alemães? Parecia estar alheia.
E, no entanto, é isto que permanecerá – ela própria
É tempo, alheio a qualquer passado, alheia a
Qualquer futuro, o ser que sempre é
O que sempre respira e mexe, o fogo permanente,
IV
O presente próximo, o presente realizado.
Não o símbolo, mas aquilo por que o símbolo está,
A coisa, viva no ar, que nunca se transforma
Se bem que o ar se transforme. Só esta noite eu a vi de novo,
No princípio do Inverno, e de novo respirei
E de novo me movi e de novo cintilei, o tempo de novo cintilou.
Wallace Stevens, “Partes de um Mundo”
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