31 outubro, 2014

Lucian Freud, Eli, 2002

Lucian Freud, Garden in Winter, 1999

30 outubro, 2014

José Augusto Castro
Há sempre um deus fantástico nas Casas
Em que eu vivo, e em volta dos meus passos
Eu sinto os grandes anjos cujas asas
Contêm todo o vento dos espaços.


Sophia de Mello Breyner Andresen, Dia do Mar, 1947

29 outubro, 2014

Théodore Chassériau, Les Deux Soeurs, 1843
Si el espacio es infinito
estamos en cualquier punto del espacio.

J.L.Borges

28 outubro, 2014

Frantisek Kupka, Bather, 1906

26 outubro, 2014

Jean Tinguely, Baluba, 1961

25 outubro, 2014

#2

Quando alcançarem o cadáver em verossímil conserto
físico — ainda que informe de tamanho e difícil
reconhecença etária —, os físicos acusarão morte súbita. Súbita
como a passagem d’um segundo sem esforço.
Conquanto, no campo superior do papel d’óbito, o fenomenal
facto escrito do desfecho. Adentro do arcabouço
masculino, alojava-se belíssimo, um colossal coração invertido.
Frederico Mira George, O Veneno Solitário, 2014

24 outubro, 2014

Barbara Morgan, Martha Graham, Letter to the World (Kick),1940

23 outubro, 2014

Trata-se, sem dúvida, de factos de valor intrínseco pouco controlável, de carácter absolutamente inesperado, violentamente incidente, que pelo género de associações de ideias suspeitas que despertam constituem um modo de nos fazer entrar na teia de aranha, quer dizer, na coisa que seria a mais cintilante e graciosa do mundo se a um canto, ou nas imediações, não estivesse a aranha; de factos que, pertencendo embora à ordem da constatação pura, tomam sempre a aparência de um sinal desconhecido e me obrigam a descobrir, em plena solidão, inverosímeis cumplicidades, convencendo-me estar iludido todas as vezes que me julgo sozinho ao leme do navio.

Nadja, André Breton

(para a bordo)
Por mim continuarei a habitar a minha casa de vidro, onde se pode ver a toda a hora quem vem visitar-me, onde tudo o que está suspenso dos tectos e das paredes perdura como que por encanto, onde repouso à noite entre os lençóis de vidro de uma cama de vidro, onde quem sou me aparecerá, mais tarde ou mais cedo, gravado a diamante.

Nadja, André Breton
Não pratico o culto de Flaubert e contudo se me garantem que, segundo ele próprio confessou, só pretendeu com Salambô, "dar a impressão da cor amarela", com Madame Bovary  "fazer qualquer coisa que fosse da cor do mofo que aparece nos recantos onde há bichos-de-conta", e que o resto lhe era absolutamente indiferente, estas preocupações, em última análise, extraliterárias, dispõem-me em seu favor.

Nadja, André Breton

22 outubro, 2014

Salette Tavares, quel air claire,1963

Salette Tavares, ourobesouro,1965

Salette Tavares, supermarket, 1978



13 outubro, 2014

hoje é o primeiro dia do resto da minha vida
pregador vitoriano


12 outubro, 2014

Sally Mann, Virginia #36 e  Virginia #42,
da série Faces, 2004

09 outubro, 2014


Chaim Soutine, Le Garçon Boucher, 1919
Chaim Soutine, Vieille Femme avec Chien, 1919
Chaim Soutine, Montmartre, 1919





08 outubro, 2014

Chaim Soutine, La Folle, c.1919





05 outubro, 2014

O poeta Bashô ensina que os famosos feitos
dos líderes militares ensanguentados dão em nada
enquanto o pulo de uma rã pode durar séculos.

Nuvens negras e chuva chegam desde o Atlântico.
O sol paira mas agora, sobre Saint-Nazaire
grãos de gelo caem do céu como arroz escuro.

Os poetas são criaturas quase sempre sem conteúdo,
homens que dizem coisas tontas e inverosímeis,
loucos e faladores que imaginam o que lhes apraz.

E no entanto, no entanto, sussurram acerca de milagres,
discorrem sobre o que os outros nem sequer suspeitam,
de modo que suas palavras ardem na escuridão, fosforescendo.

O poeta japonês Bashô ensina-me
que o que está perto pode ser assustadoramente distante e que uma jornada
para um lugar longínquo traz-nos para mais próximo de nós próprios.

Sobre o Atlântico, o céu escureceu,
o granizo caiu ainda há momentos, e agora a cidade brilha
nos raios de sol sob o céu claro. 

Milan Djordjevic



03 outubro, 2014

Duane Michals, A Young Proust Dress As American Indien, 2012
























Duane Michals, Guillaume Appolinaire, 2012

Duane Michals, James Joyce, 2012



Duane Michals, The Unretouched Beauty, 2012


Duane Michals, Rigamarole, 2012


02 outubro, 2014

Duane Michals, Iluminated Man, 1968