16 novembro, 2015

Outono e seda e nada

Cega já hoje:
também a eternidade está cheia de olhos - 
aí dentro
se afogou aquilo que ajudou as imagens
a percorrer o seu caminho,
aí dentro
se apagou aquilo que te tirou, também a ti,
da linguagem, com um gesto
que deixaste acontecer como
a dança de duas palavras feitas de simples
Outono e seda e nada.

Paul Celan, Não Sabemos mesmo O Que Importa

Edgar Degas, s/título, 1895

Nenhum comentário: