Quando nada
mais tiveres a dizer, conduz
Um dia inteiro
contornando a península.
O céu tão
alto como sobre uma pista,
A terra sem
marcas que digam se chegamos,
Sempre a
caminho, mas sempre aquém de avistar terra.
Ao sol-pôr,
horizontes sorvem mar e colina,
O campo
lavrado engole a branca empena
E estás de
novo no escuro. Agora relembra
O brilho da
areia, um tronco em silhueta,
Aquela rocha
que esfarrapava as ondas,
Aves
marinhas com pernas como andas,
Ilhas
navegando por entre a névoa,
E regressas
a casa sem nada p’ra dizer
A não ser
que agora lerás qualquer paisagem
Assim: a
nitidez das coisas em suas formas,
Água e terra
definidas nos seus limites.
Seamus Heaney, Da
Terra À Luz
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