31 janeiro, 2018

Mark Strand

MANTER AS COISAS INTEIRAS

Num campo 
eu sou a ausência
de campo.
Acontece
sempre o mesmo.
Onde quer que esteja
sou aquilo que falta.

Ao caminhar
separo o ar
e de todas as vezes
o ar precipita-se
para preencher os espaços
onde o meu corpo esteve.

Todos temos motivos
para nos deslocarmos.
Eu desloco-me
para manter as coisas inteiras.


Mark Strand, em Lacre, Traduções e Versões de Poesia de Vasco Gato (ed. Língua Morta)


Nenhum comentário: