14 novembro, 2018

Hans Magnus Enzensberger

Cristina Tavares, Desejo Intermédio, julho 2018


























[…]
A origem daquela máquina
é problemática. 
Um computador analógico.
Um menir. Um astrário.
Trionfi del tempo. Restos.
Sem finalidade e plena de sentido
como um poema de latão.
Nenhum Guggenheim mandava
cheques a Francesco Petrarca
no primeiro dia do mês.
De' Dondi não tinha contrato
com o Pentágono.
Outros predadores. Outras
palavras e rodas. Mas
o mesmo céu.
Nós continuamos a viver
nessa Idade Média.

Hans Magnus Enzensberger, Mausoléu, tradução de João Barrento

Nenhum comentário: