Mostrando postagens com marcador A. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador A. Mostrar todas as postagens

10 maio, 2017

Andrea Büttner e Gregory Corso






















Andrea Büttner, Ramp, 2015





POETAS PEDINDO BOLEIA NA AUTO-ESTRADA


Claro que tentei dizer-lhe
mas ele virou a cara
_____sem uma desculpa.
Disse-lhe que o céu persegue
_____o sol
E ele sorriu e disse:
_____«Para que serve isso.»
Eu sentia-me como um demónio
_____de novo
Por isso disse: «Mas o oceano persegue
_____os peixes.»
Desta vez riu-se
_____e disse: «Suponho que
__________os morangos foram
_______________empurrados para uma montanha.»
Depois disso vi que a
_____guerra estava declarada...
Então lutámos:
Ele disse: «A carroça das maçãs como um
____________________anjo numa vassoura
_______________racha & lasca
____________________velhos tamancos holandeses.»
Eu disse: «O relâmpago vai cair no velho carvalho
_______________e libertar os fumos!»
Ele disse: «Rua louca sem nome.»
Eu disse: «Assassino careca! Assassino careca! Assassino careca!»
Ele disse, perdendo mesmo a cabeça,
__________«Fogões! Gasolina! Divã!»
Eu disse, sorrindo apenas:
__________«Sei que Deus voltaria a cabeça
__________se me sentasse calado e pensasse.»
Acabámos por evaporar-nos,
_____odiando o ar!




Gregory Corso em Antologia da Novíssima Poesia Norte Americana (selecção, tradução, prefácio e notas de Manuel de Seabra, 1973)

06 maio, 2017

Andrea Büttner



Andrea Büttner, Beggar, 2016

15 abril, 2017

Alberto Carneiro (1937-2017)

Alberto Carneiro, 2013




















A natureza sonha nos meus olhos desde a infância. Quantas vezes adormeci entre as ervas? A minha primeira casa foi em cima da cerejeira que hoje é uma escultura. Entre o meu corpo e a terra houve sempre uma identidade profunda. A floresta ou a montanha que eu trabalho num tronco de árvore ou num bloco de pedra fazem parte integrante do meu ser.

~~

Uma nuvem, uma árvore, uma flor, um punhado de terra situam-se no mesmo plano estético em que nos movemos, são parte integrante do nosso mundo, são um manancial de sensações vindas de todos os tempos, através duma memória que tem a idade do homem. Não a pedra pelo seu lado externo, pela conversão dos seus valores formais, mas pelas qualidades do seu íntimo, pelo cosmos que está nela e o qual nos é dado possuir na simplicidade em que a coisa vive.


Alberto Carneiro

03 abril, 2017

António Gonçalves Pedro

Learn how to see. Realize that everything connects to everything else.

Leonardo da Vinci


















19 março, 2017

Al Taylor

Al Taylor, Untitled, 1971

05 março, 2017

Al Taylor

Al Taylor, Helen, 1976

Al Taylor, Marriage, 1975

02 março, 2017

La Demoiselle

Alexander Calder, La Demoiselle, 1939

13 janeiro, 2017

o céu claro

Alexander Calder, Snow Flurry I, 1948




























Avança cada instante inteiro e antigo
vejo-me visto leio-me lido
tudo está feito.
(E se perdemos a memória do encontro
como diremos da manhã
o céu claro?)

João Miguel Fernandes Jorge, Sobre o Mar e a Casa

07 janeiro, 2017

Aleksandr Rodchenko, Hanging Construction, 1920













































(...) Vi perfeitamente a progressão 
Do desenho, e como ele se detinha na contemplação de cada
Anjo.

Maria Gabriela Llansol, O Começo de Um Livro é Precioso


17 outubro, 2016

Alfred Stieglitz

Alfred Stieglitz, Ellen Koeniger, 1933

15 outubro, 2016

(atribuída a) Asa Ames, Phrenological Head, c. 1850
Ouve as cores. 
Pinta o que ouves.

CT

15 setembro, 2016

giz (1936 e 1962)

André Kertész, Untitled, New York, 1962
Edouard Boubat, Montmartre, 1946


10 setembro, 2016

Anna Coleman Ladd

A french soldier wearing a mask made by Anna Coleman Ladd, 1918
(via Library of Congress)




Masks showing different stages of Anna Coleman Ladd's sculpting, 1918
(via Library of Congress)


Any enduring romanticism for war was obliterated by the industrialized brutality of World War I, from which legions of soldiers returned disfigured by facial injuries.
One artist, Anna Coleman Ladd, turned her neoclassical training into a tool for sculpting new faces for the defaced. (Allison Meier, in Hyperallergic )

27 agosto, 2016

Anni Albers

Anni Albers, Desenho


Anni Albers, Tapeçaria


Anni Albers, Tapeçaria



Being creative is not so much the desire to do something as the listening to that which wants to be done: the dictation of the materials. 

Anni Albers


25 agosto, 2016

que som foi este?

Alexander Rodchenko, Points, Composition nº119, 1920






































Que som foi este?
Afasto-me para o quarto que estremece.

Que som foi este que veio no escuro?
Que labirinto de luz é este em que nos deixa?
Que atitude é esta que tomamos
Para nos afastarmos e depois voltarmos?
Que foi que ouvimos?

Foi a respiração suspensa de quando nos encontrámos.

Ouve. Está aqui.


Harold Pinter, Várias Vozes



17 agosto, 2016

Limos

Ana Tecedeiro, Limos (pormenor), 2013
Ana Tecedeiro, Limos, 2013


The tree which moves some to tears of joy is in the eyes of others only a green thing which stands in the way… As a man is, so he sees.



William Blake




08 julho, 2016

André Kertész, Elisabeth and me, Paris, 1931
Not why. Just here.

John Cage

25 junho, 2016

20 junho, 2016

a que ama o vento



Eu não sei de pássaros
não conheço a história do fogo.
Mas julgo que a minha solidão deveria ter asas.

Alejandra Pizarnik, Antologia Poética



Anna & Elena Balbusso,
ilustração para Burning Girls, de Veronica Shanoes





























Salta com a camisa em chamas
de estrela em estrela,
de sombra em sombra.
Morre de morte longínqua
a que ama ao vento.

Alejandra Pizarnik, Antologia Poética




19 abril, 2016

no meio está uma fogueira

Alfredo Cunha, Salgueiro Maia, 25 de Abril de 1974






















Esta linguagem é pura. No meio está uma fogueira
e a eternidade das mãos.
Esta linguagem é colocada e extrema e cobre, com suas
lâmpadas, todas as coisas.
As coisas que são uma só no plural dos nomes.
- E nós estamos dentro, subtis e tensos
na música.

Herberto Helder, Poesia Toda