"O velho Dudley deixou-se cair na cadeira que, pouco a pouco, moldava de acordo com as formas do seu corpo e olhou pela janela, a cinco metros de si, para dentro de outra janela emoldurada por tijolos vermelhos enegrecidos. Estava à espera do gerânio. Punham-no ao sol todos os dias por volta das dez da manhã e recolhiam-no às cinco e meia da tarde. Na terra dele, a Srª Carson tinha um gerânio à janela. Na terrinha havia gerânios com fartura, gerânios a sério, não há dúvida nenhuma, pensou o Velho Dudley, não são estes estafermos cor-de-rosa desmaiada com laços verdes, de papel."
Primeiras linhas de
"O Gerânio - Contos Dispersos"
Flannery O'Connor
trad.de Luís Coimbra
Cavalo de Ferro, 2010