08 maio, 2014
05 maio, 2014
04 maio, 2014
PROPORÇÃO
No céu há uma lua e estrelas,
E no meu jardim há mariposas amarelas
Agitando-se em torno do arbusto de azáleas brancas.
E no meu jardim há mariposas amarelas
Agitando-se em torno do arbusto de azáleas brancas.
O RETIRO DE HSIEH KUNG POR LI T’AI-PO
O sol está a pôr-se – pôs-se – na Montanha Verde-Primavera.
O retiro de Hsieh Kung está solitário e quedo.
Nenhum som humano no campo de bambu.
A branca lua brilha no centro do lago do jardim abandonado.
À volta da Casa de Verão desabitada há relva apodrecida,
Musgo cinzento abafa o poço em ruínas.
Há, apenas, o vento livre, claro
Uma vez e outra passando sobre as pedras da fonte.
O retiro de Hsieh Kung está solitário e quedo.
Nenhum som humano no campo de bambu.
A branca lua brilha no centro do lago do jardim abandonado.
À volta da Casa de Verão desabitada há relva apodrecida,
Musgo cinzento abafa o poço em ruínas.
Há, apenas, o vento livre, claro
Uma vez e outra passando sobre as pedras da fonte.
Amy Lowell , revista Telhados de Vidro, n.º 14
03 maio, 2014
Plastic Head
CT, fevereiro 2014, Plastic Head (da série Sleeping Head)
Enfim, enfim, já é tempo
De às aflições um fim dar.
Enfim se vão dor, pesar,
Enfim, dos males a pedra
Em ouro será convertida.
Benjamim Schmolck (séc. XVII / XVIII), O Cardo e a Rosa - Poesia do Barroco Alemão ( trad. João Barrento)
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25 abril, 2014
A poesia não me pede propriamente uma especialização pois a sua arte é
uma arte do ser. Também não é tempo ou trabalho o que a poesia me pede. Nem me
pede uma ciência nem uma estética nem uma teoria. Pede-me antes a inteireza do
meu ser, uma consciência mais funda do que a minha inteligência, uma fidelidade
mais pura do que aquela que eu posso controlar. Pede-me uma intransigência sem
lacuna. Pede-me que arranque da minha vida que se quebra, gasta, corrompe e
dilui uma túnica sem costura. Pede-me que viva atenta como uma antena, pede-me
que viva sempre que nunca me esqueça. Pede-me uma obstinação sem tréguas, densa
e compacta.
Sophia de
Mello Breyner Andersen, Arte poética II
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24 abril, 2014
Tolice? Não, não é
Às
vezes passo um dia inteiro a tentar contar as folhas de uma única árvore. Para
o fazer tenho de trepar ramo após ramo e de tomar nota dos números num pequeno
caderno. Pelo que, do ponto de vista deles, suponho que seja razoável que os
meus amigos digam: que tolice! Lá está ela de novo com a cabeça nas nuvens.
Mas
não é assim. Claro que há um momento em que tenho de desistir, mas nessa altura
já eu estou meio enlouquecida com tal milagre - a abundância das folhas, a
quietude dos ramos, o fracasso dos meus intentos. É quando dou por mim a rugir
às gargalhadas, cheia de glória terrestre, neste lugar importante e delicioso.
Mary
Oliver (em http://arspoetica-lp.blogspot.pt)
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