19 julho, 2014

David Hockney, Worldgate Woods, 2006

18 julho, 2014

17 julho, 2014

Still de Le Sang du Poète, Jean Cocteau, 1930

16 julho, 2014

Nunca compreendi a luta senão como um meio de acabar com ela. 
Nunca aceitei o rigor senão como meio para deixar de existir o rigor.

Tomei um caminho porque creio que esse caminho nos leva, a todos, a essa amabilidade duradoura. 

Luto pela bondade ubíqua, extensa, inexaurível."

Pablo Neruda , Confesso que Vivi


15 julho, 2014

Andre Dérain, Nuque de Femme, c. 1928

13 julho, 2014

Aujourd'hui encore je n'attends rien que de ma seule disponibilité, que de cette soif d'errer à la rencontre de tout, dont je m'assure qu'elle me maintient en communication mystérieuse avec les autres êtres disponibles, comme si nous étions appelés à nous réunir soudain. J'aimerais que ma vie ne laissât après elle d'autre murmure que celui d'une chanson de guetteur, d'une chanson pour tromper l'attente. Indépendamment de ce qui arrive, n'arrive pas, c'est l'attente qui est magnifique.
~~

Tourne, sol, et toi, grande nuit, chasse de mon coeur tout ce qui n'est pas la foi en mon étoile nouvelle !
~~

Le choix initial en amour n'est pas réellement permis dans la mesure même où il tend exceptionnellement à s'imposer, il se produit dans une atmosphère de non-choix.


André Breton, L'Amour Fou

12 julho, 2014

Alexandra Valenti

11 julho, 2014

Edgar Degas, L'Attente, 1882
Edgar Degas, L'Attente, 1882 (detalhe)

08 julho, 2014

Robert Frank, Canal Street, New Orleans, 1955

07 julho, 2014

Oluf Tostrup, Diadema, 1875

















Queres saber o que rezo nas orações?
troncos secos, gravetos
cercas e barro vermelho.


José Tolentino Mendonça, A Papoila e o Monge

05 julho, 2014

Jenny Holzer, Xenon for Rio de Janeiro, 1999

04 julho, 2014

Ernst Ludwig Kirchner, Auto retrato, 1934-37

03 julho, 2014

Faz-se luz pelo processo
de eliminação de sombras
Ora as sombras existem
as sombras têm exaustiva vida própria
não dum e doutro lado da luz mas no próprio seio dela
intensamente amantes    loucamente amadas
e espalham pelo chão braços de luz cinzenta
que se introduzem pelo bico nos olhos do homem

Por outro lado a sombra dita a luz
não ilumina    realmente    os objectos
os objectos vivem às escuras
numa perpétua aurora surrealista
com a qual não podemos contactar
senão como amantes
de olhos fechados
e lâmpadas nos dedos    e na boca

Mário Cesariny, Pena Capital
Ana Tecedeiro, Fóssil, 2014

01 julho, 2014

Vija Celmins, Ocean Surface, (gravura em madeira), 2000-01

Vija Celmins, Night Sky #10, (óleo s/ linho montado em madeira)1994-95

30 junho, 2014

Raoul Hausmann, 1930

Raoul Hausmann,1930

29 junho, 2014

John Bulmer, Durham, anos 60

28 junho, 2014

Aceito a ordem
das coisas, a geometria
imposta do quarto?
Os objectos no
seu lugar de sempre,
a distância exacta
da cadeira à mesa,
do meiple à janela?
O sono do tapete?
O universo diário
do quarto alugado,
as molduras que
cercam, resguardam
naturezas mortas,
paisagens imóveis?
Aceito a minha vida?
Ou mexo no candeeiro,
desvio-o alguns centímetros
na mesa, altero
as relações das coisas,
afinal tão frágeis
que o simples desvio
dum objecto pode
romper o equilíbrio?
Pego no telefone
e grito ao primeiro
desconhecido: ouves-me?
Ou deixo tudo
tal como está,
medido, quieto
no rigor do quarto,
e eu hesitante
entre o soalho e o tecto?
Desloco o cinzeiro
sabendo que posso
matar mandarins,
provocar cataclismos,
fracturas, amores,
eclipses, sonhos,
com a ponta dum dedo?
Ou apago a lâmpada
eléctrica e entro
no mesmo torpor
que as flores do tapete,
a fruta dos quadros,
o frio, o bolor,
no chão, nas paredes,
o poema na mesa,
a mesa no espaço
do quarto comprado
mês a mês? Confundo
o aluguer e o tempo,
deixo-me ser
em cada milímetro,
em cada segundo,
do quarto, da vida,
o outro objecto
chamado inquilino?
Ou desencadeio
a insurreição
mudando de sítio
o meiple, a cadeira,
mudando-me a mim?

Carlos de Oliveira,O aprendiz de feiticeiro