17 fevereiro, 2015
De súbito chega a palavra amêndoa
(...)
Há jardins onde o próprio vento se demora
Para se ouvir correr entre as folhas
Falam com voz tão clara os açudes
Que se vê através das suas palavras
Ergue o jasmim sua torre imaculada
De súbito chega a palavra amêndoa
Meus pensamentos deslizam como água
Imóvel vejo-os afastarem-se entre os choupos
Frente à noite idêntica alguém que não conheço
Também os pensa e os vê perderem-se.
Octavio Paz, Antologia Poética (Liberdade sob Palavra), trad. Luís Pignatelli
Há jardins onde o próprio vento se demora
Para se ouvir correr entre as folhas
Falam com voz tão clara os açudes
Que se vê através das suas palavras
Ergue o jasmim sua torre imaculada
De súbito chega a palavra amêndoa
Meus pensamentos deslizam como água
Imóvel vejo-os afastarem-se entre os choupos
Frente à noite idêntica alguém que não conheço
Também os pensa e os vê perderem-se.
Octavio Paz, Antologia Poética (Liberdade sob Palavra), trad. Luís Pignatelli
contempla-te em mim que te contemplo.
Tudo o que brilha na noite,
colares, olhos, astros,
serpentinas de fogos de cores,
brilha em teus braços de rio que se curva,
em teu pescoço de dia que desperta.
A fogueira que acendem na floresta,
o farol de pescoço de girafa,
o olho, girassol da insónia,
cansaram-se de esperar e perscrutar.
Apaga-te
para brilhar não há como os olhos que nos vêem:
contempla-te em mim que te contemplo.
Dorme,
veludo de bosque,
musgo onde reclino a cabeça.
A noite com ondas azuis vai apagando estas palavras,
escritas com mão volúvel na palma do sonho.
Octavio Paz, Antologia Poética (Liberdade sob Palavra), trad. Luís Pignatelli
colares, olhos, astros,
serpentinas de fogos de cores,
brilha em teus braços de rio que se curva,
em teu pescoço de dia que desperta.
A fogueira que acendem na floresta,
o farol de pescoço de girafa,
o olho, girassol da insónia,
cansaram-se de esperar e perscrutar.
Apaga-te
para brilhar não há como os olhos que nos vêem:
contempla-te em mim que te contemplo.
Dorme,
veludo de bosque,
musgo onde reclino a cabeça.
A noite com ondas azuis vai apagando estas palavras,
escritas com mão volúvel na palma do sonho.
Octavio Paz, Antologia Poética (Liberdade sob Palavra), trad. Luís Pignatelli
Não te afronte tanta pequena cicatriz luminosa:
A tinta verde cria jardins, selvas, prados,
folhagens onde cantam as letras,
palavras que são árvores,
frases que são verdes constelações.
Deixa que minhas palavras,ó branca, desçam e te cubram
como uma chuva de folhas a um campo de neve,
como hera à estátua,
como a tinta a esta página.
Braços, cintura, pescoço, seios,
a fronte pura como o mar,
a nuca de bosque no outono,
os dentes que mordem um fio de erva.
Teu corpo constela-se de signos verdes
como o corpo da árvore de rebentos.
Não te afronte tanta pequena cicatriz luminosa:
olha o céu e sua verde tatuagem de estrelas.
Octavio Paz, Antologia Poética (Liberdade sob Palavra), trad. Luís Pignatelli
folhagens onde cantam as letras,
palavras que são árvores,
frases que são verdes constelações.
Deixa que minhas palavras,ó branca, desçam e te cubram
como uma chuva de folhas a um campo de neve,
como hera à estátua,
como a tinta a esta página.
Braços, cintura, pescoço, seios,
a fronte pura como o mar,
a nuca de bosque no outono,
os dentes que mordem um fio de erva.
Teu corpo constela-se de signos verdes
como o corpo da árvore de rebentos.
Não te afronte tanta pequena cicatriz luminosa:
olha o céu e sua verde tatuagem de estrelas.
Octavio Paz, Antologia Poética (Liberdade sob Palavra), trad. Luís Pignatelli
13 fevereiro, 2015
10 fevereiro, 2015
09 fevereiro, 2015
Li Bai
Se regressares através da Garganta do Rio Azul,
Por favor, não te esqueças de me avisar.
Para que eu possa ir ao teu encontro
Tal é a minha ânsia
De te abraçar, que não me metem medo o vento de areia,
Nem a distância.
Li Bai, Qual é a Minha e a Tua Língua
Por favor, não te esqueças de me avisar.
Para que eu possa ir ao teu encontro
Tal é a minha ânsia
De te abraçar, que não me metem medo o vento de areia,
Nem a distância.
Li Bai, Qual é a Minha e a Tua Língua
05 fevereiro, 2015
04 fevereiro, 2015
A condição para saber ver ao longe é estarmos
dentro de nós se se trata do próprio, ou de ter renunciado a si mesmo se se
trata dos outros.
Almada Negreiros, Nome de Guerra
Etiquetas:
Almada Negreiros,
poesia,
poesia portuguesa
03 fevereiro, 2015
02 fevereiro, 2015
31 janeiro, 2015
30 janeiro, 2015
Assinar:
Postagens (Atom)