William Morris, 1873 |
17 março, 2018
11 março, 2018
10 março, 2018
06 março, 2018
Paul Eluard
Agora escuto a voz
Tudo que ela não disse
Tudo aquilo que não pude supôr ou suspeitar
Escuto ao redor de mim a dança do silêncio
Paul Eluard, Poemas Políticos (trad. Carlos Grifo)
Tudo que ela não disse
Tudo aquilo que não pude supôr ou suspeitar
Escuto ao redor de mim a dança do silêncio
Paul Eluard, Poemas Políticos (trad. Carlos Grifo)
04 março, 2018
03 março, 2018
02 março, 2018
19 fevereiro, 2018
How I Go to the Woods
How I Go to the Woods
Ordinarily
I go to the woods alone, with not a single friend, for they are all smilers and
talkers and therefore unsuitable.
I don’t
really want to be witnessed talking to the catbirds or hugging the old black
oak tree. I have my way of praying, as you no doubt have yours.
Besides,
when I am alone I can become invisible. I can sit on the top of a dune as
motionless as an uprise of weeds, until the foxes run by unconcerned. I can
hear the almost unhearable sound of the roses singing.
If you
have ever gone to the woods with me, I must love you very much.
Mary Oliver, Swan:Poems and Prose Poems
17 fevereiro, 2018
William Carlos William
Tanta coisa depende
de
um carrinho de mão
vermelho
reluzente de gotas de
chuva
ao lado das galinhas
brancas.
William Carlos Williams, Antologia Breve (trad. José Agostinho Baptista)
de
um carrinho de mão
vermelho
reluzente de gotas de
chuva
ao lado das galinhas
brancas.
William Carlos Williams, Antologia Breve (trad. José Agostinho Baptista)
14 fevereiro, 2018
13 fevereiro, 2018
12 fevereiro, 2018
11 fevereiro, 2018
Juan Ramón Jiménez
Está tan puro mi corazón
que lo mismo es que muera
o que cante.
Juan Ramón Jiménez
que lo mismo es que muera
o que cante.
Juan Ramón Jiménez
Cristina Tavares, pequenos ramos derrubados, 2014 |
Etiquetas:
Cristina Tavares,
Juan Ramón Jiménez,
poesia
10 fevereiro, 2018
Alejandra Pizarnik
7
Salta con
la camisa en llamas
de estrella a estrella.
de sombra en sombra.
Muere de muerte lejana
la que ama al viento
de estrella a estrella.
de sombra en sombra.
Muere de muerte lejana
la que ama al viento
8
Memoria iluminada, galería donde vaga la sombra de lo que espero.
No es verdad que vendrá. No es verdad que no vendrá.
No es verdad que vendrá. No es verdad que no vendrá.
9
Estos huesos brillando en la noche,
estas palabras como piedras preciosas
en la garganta viva de un pájaro petrificado,
este verde muy amado,
este lila caliente,
este corazón sólo misterioso
estas palabras como piedras preciosas
en la garganta viva de un pájaro petrificado,
este verde muy amado,
este lila caliente,
este corazón sólo misterioso
10
un viento débil
lleno de rostros doblados
que recorto en forma de objetos que amar
lleno de rostros doblados
que recorto en forma de objetos que amar
13
explicar con palabras de este mundo
que partió de mí un barco llevándome
que partió de mí un barco llevándome
33
alguna vez
alguna vez tal vez
me iré sin quedarme
me iré como quien se va
alguna vez tal vez
me iré sin quedarme
me iré como quien se va
Alejandra Pizarnik, Árbol de Diana (1962)
08 fevereiro, 2018
07 fevereiro, 2018
04 fevereiro, 2018
Eugénio de Andrade
Que fizeste das palavras?
Que contas darás tu dessas vogais
de um azul tão apaziguado?
E das consoantes, que lhes dirás,
ardendo entre o fulgor
das laranjas e o sol dos cavalos?
Que lhes dirás, quando
te perguntarem pelas minúsculas
sementes que te confiaram?
Eugénio de Andrade, O Sal da Língua
03 fevereiro, 2018
Frederico Mira George
#38
pentearam-me arranjaram-me um fato
calçaram-me sapatos engraxados
e fecharam-me os olhos com pás de terra
cheira a mercúrio e a volfrâmio
as calças são boas mas apertadas - ?de quem terão sido
e os sapatos
/não cabiam - uma mãe rezando partiu-me as falanges
resultou na perfeição
antes da descida final
antes de ser posto o selo
a mulher mãe-rezadora envolveu-me um terço de rosário
nas mãos - prata brilhante
e desci - tranquilo
para a escuridão generosa
da plantação
continuo tranquilo apesar de não encontrar o coração
no peito nem sentir os olhos nas cavidades do crânio
quando rebentarem as primeiras folhas no solo
voltarei a ver o mar/a praça/os automóveis
os homens e as mulheres dentro dos automóveis
voltarei ao princípio - à cama onde nasci
descanso em paz enquanto germino
Frederico Mira George, Caixa Negra -1º vol., edições quási
pentearam-me arranjaram-me um fato
calçaram-me sapatos engraxados
e fecharam-me os olhos com pás de terra
cheira a mercúrio e a volfrâmio
as calças são boas mas apertadas - ?de quem terão sido
e os sapatos
/não cabiam - uma mãe rezando partiu-me as falanges
resultou na perfeição
antes da descida final
antes de ser posto o selo
a mulher mãe-rezadora envolveu-me um terço de rosário
nas mãos - prata brilhante
e desci - tranquilo
para a escuridão generosa
da plantação
continuo tranquilo apesar de não encontrar o coração
no peito nem sentir os olhos nas cavidades do crânio
quando rebentarem as primeiras folhas no solo
voltarei a ver o mar/a praça/os automóveis
os homens e as mulheres dentro dos automóveis
voltarei ao princípio - à cama onde nasci
descanso em paz enquanto germino
Frederico Mira George, Caixa Negra -1º vol., edições quási
Cristina Tavares, B&W, 2017 |
Etiquetas:
Frederico Mira George,
poesia,
poesia portuguesa
02 fevereiro, 2018
Margaret Atwood
O MOMENTO
O momento em que, após anos
de labuta e uma longa viagem,
pões o pé no centro do teu quarto,
casa, hectare, quilómetro quadrado, ilha, país,
finalmente consciente de como lá chegaste,
e dizes, isto é meu,
é o mesmo momento em que as árvores
desenlaçam de ti os seus braços macios,
os pássaros recolhem a sua linguagem,
os penhascos estalam e desabam,
o ar recua de ti como uma onda
e ficas sem conseguir respirar.
Não, sussurram-te. Nada é teu.
Foste um visitante, que repetidas vezes
subiu o monte, cravou a bandeira, proclamou.
Nós nunca te pertencemos.
Tu nunca nos encontraste.
Foi sempre o contrário.
Margaret Atwood, em Lacre, Traduções e Versões de Poesia de Vasco Gato (ed. Língua Morta)
O momento em que, após anos
de labuta e uma longa viagem,
pões o pé no centro do teu quarto,
casa, hectare, quilómetro quadrado, ilha, país,
finalmente consciente de como lá chegaste,
e dizes, isto é meu,
é o mesmo momento em que as árvores
desenlaçam de ti os seus braços macios,
os pássaros recolhem a sua linguagem,
os penhascos estalam e desabam,
o ar recua de ti como uma onda
e ficas sem conseguir respirar.
Não, sussurram-te. Nada é teu.
Foste um visitante, que repetidas vezes
subiu o monte, cravou a bandeira, proclamou.
Nós nunca te pertencemos.
Tu nunca nos encontraste.
Foi sempre o contrário.
Margaret Atwood, em Lacre, Traduções e Versões de Poesia de Vasco Gato (ed. Língua Morta)
Cristina Tavares, B&W, 2017 |
Assinar:
Postagens (Atom)