18 fevereiro, 2007
Vilma Celmins , S/título, 2005
arte de inventar personagens
Pomo-nos bem de pé, com os braços muito abertos
e olhos fitos na linha do horizonte
Depois chamamo-los docemente pelos seus nomes
e os personagens aparecem
Mário Cesariny, "Manual de Prestidigitação"
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V
14 fevereiro, 2007
05 fevereiro, 2007
04 fevereiro, 2007
pedir a um homem que nunca se distraia
Henryk Hermanowicz, "Mulher Com Olhos Fechados",1937
Sentir a justiça de um texto muito antes de ter compreendido o seu significado, graças àquele puro timbre que pertence apenas ao estilo mais nobre: o qual por sua vez nasce da justiça.
(...)
Não conheço poesia universal sem uma raiz bem precisa: uma fidelidade, um retorno.
(...)
(...)
Não conheço poesia universal sem uma raiz bem precisa: uma fidelidade, um retorno.
(...)
na poesia, a imagem preexiste à ideia que passa por dentro dela. Durante anos ela pode seguir um poeta, doméstica e fabulosa, familiar e inquietante, com frequência uma imagem da primeira infância, o nome estranho de uma árvore, a insistência de um gesto. Espera com impaciência que a preencha a revelação.
(...)
A atenção é o único caminho para o inexprimível
(...)
Pedir a um homem que nunca se distraia, que se subtraia sem descanso ao equívoco da imaginação, à preguiça do hábito, à hipnose do costume, a sua faculdade de atenção, é pedir-lhe que actue na sua máxima força.
É pedir-lhe uma coisa próxima da santidade numa época que parece procurar apenas, com cega fúria e arrepiante sucesso, o divórcio total da mente humana em relação à sua faculdade de atenção.
(...)
A atenção é o único caminho para o inexprimível
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Pedir a um homem que nunca se distraia, que se subtraia sem descanso ao equívoco da imaginação, à preguiça do hábito, à hipnose do costume, a sua faculdade de atenção, é pedir-lhe que actue na sua máxima força.
É pedir-lhe uma coisa próxima da santidade numa época que parece procurar apenas, com cega fúria e arrepiante sucesso, o divórcio total da mente humana em relação à sua faculdade de atenção.
Cristina Campo, “Os Imperdoáveis”
01 fevereiro, 2007
caligrafia inexplicável
# 35
não sei se é real… fiquei
com a boca seca e isso distraiu-me.
chegámos a dizer adeus?se não o dissemos não o devemos
dizer agora. nunca devemos
dizer adeus
depois de crescerem cadáveres:
vasos dentro de nós.
# 34
qualquer coisa se desprendeu de mim.
alguma.
coisa. se. desprendeu
de mim. mas o quê?
Frederico Mira George, "Caligrafia Inexplicável", 2006
não sei se é real… fiquei
com a boca seca e isso distraiu-me.
chegámos a dizer adeus?se não o dissemos não o devemos
dizer agora. nunca devemos
dizer adeus
depois de crescerem cadáveres:
vasos dentro de nós.
# 34
qualquer coisa se desprendeu de mim.
alguma.
coisa. se. desprendeu
de mim. mas o quê?
Frederico Mira George, "Caligrafia Inexplicável", 2006
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