ela ouve os anjos a repreender, e olha para lá
dos quintais amanhados para o céu desleixado.
Só há uma semana Eles disseram, Não tenhas paciência.
A seguir foi, Sê insaciável.
Depois, Salva-te a ti própria, outros não podes salvar.
Por vezes ela deixa que a água da torneira lhe escalde o braço,
que um fósforo lhe arda até à unha,
Ou põe a mão por cima do focinho da chaleira
precisamente no vapor enovelado. Se calhar são anjos,
já que nada mais a magoa agora, excepto
o saibro das manhãs a soprar-lhe os olhos.
Adrienne Rich, Uma Paciência Selvagem
Ernest Bieler, Mountain Landscape, 1896 |
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