CT, A, junho 2016 |
É então que um grande silêncio cai sobre
os trinta quilómetros quadrados da ilha. Ou vem das coisas, do interior das
coisas. É um silêncio extremamente doce, um equilíbrio supremo. A ilha adquire
uma grave e grandiosa imobilidade. E a luz entra e sai pelas coisas, como se
elas fossem esponjas. As mãos ficam muito nuas. É dos olhos que primeiro
desaparece o sono. E da boca. De cada parte do corpo, lentamente, de todas as
partes, até que as pessoas se abram totalmente.
Como numa ressurreição.
Herberto Helder, Photomaton & Vox
Um comentário:
nossa mãe
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