14 março, 2008
11 março, 2008
09 março, 2008
03 março, 2008
01 março, 2008
27 fevereiro, 2008
25 fevereiro, 2008
23 fevereiro, 2008
20 fevereiro, 2008
19 fevereiro, 2008
Clube da Imaginação
PERGUNTAS E RESPOSTAS DESENCONTRADAS
O que é a morte?É uma chave para 83 fechaduras.
O que são as lágrimas?São canetas a fazer que escrevem.
O que é uma recordação?É um nariz empinado.
O que é uma piscina?E abrir os olhos e ver o lado de dentro.
O que é um sorriso?É um carro a voar.
O que uma pergunta?È um pano azul a tapar o céu.
O que é um amigo?É um soldado a rir.
O que é um carro?É um bicho com vinte patas.
O que é um papel?
É um sapato a chorar.
O que é o sono?É uma coisa muito feliz.
O que é o mundo?E um conjunto de sininhos a tocar.
Porque é que os cães ladram?Porque as abelhas voam baixinho.
Porque é que as velhinhas ficam baixinhas com a idade ?Porque anoiteceu.
PERGUNTAS COM RESPOSTAS ENCONTRADAS
O que é um papel?
- É uma árvore velhinha.
O que é crescer?
- É ficar acordado até tarde.
O que é o calor?
- É ter douradinhos na boca.
O que é o mundo?
- É uma caixa de sapatos, com sapatos lá dentro.
O que é um nabo?
- É um monstro verde com pele de galinha.
O que é o sol?
- É um monte de abelhas a girar.
(textos colectivos - Adriana, Ana Rita, Francisco, João, Joana, Rita)
O que é a morte?É uma chave para 83 fechaduras.
O que são as lágrimas?São canetas a fazer que escrevem.
O que é uma recordação?É um nariz empinado.
O que é uma piscina?E abrir os olhos e ver o lado de dentro.
O que é um sorriso?É um carro a voar.
O que uma pergunta?È um pano azul a tapar o céu.
O que é um amigo?É um soldado a rir.
O que é um carro?É um bicho com vinte patas.
O que é um papel?
É um sapato a chorar.
O que é o sono?É uma coisa muito feliz.
O que é o mundo?E um conjunto de sininhos a tocar.
Porque é que os cães ladram?Porque as abelhas voam baixinho.
Porque é que as velhinhas ficam baixinhas com a idade ?Porque anoiteceu.
PERGUNTAS COM RESPOSTAS ENCONTRADAS
O que é um papel?
- É uma árvore velhinha.
O que é crescer?
- É ficar acordado até tarde.
O que é o calor?
- É ter douradinhos na boca.
O que é o mundo?
- É uma caixa de sapatos, com sapatos lá dentro.
O que é um nabo?
- É um monstro verde com pele de galinha.
O que é o sol?
- É um monte de abelhas a girar.
(textos colectivos - Adriana, Ana Rita, Francisco, João, Joana, Rita)
16 fevereiro, 2008
12 fevereiro, 2008
10 fevereiro, 2008
08 fevereiro, 2008
inventez ce qui a dejá été inventé
Laissez les influences jouer librement, inventez ce qui a déjà été inventé, ce qui est hors de doute, ce qui est incroyable, donnez à la spontanéité sa valeur pure. Soyez celui à qui l'on parle et qui est entendu. Une seule vision, variée à l'infini.
Le poète est celui qui inspire bien plus que celui qui est inspiré.
Paul Éluard , "Ralentir Travaux", 1930
Le poète est celui qui inspire bien plus que celui qui est inspiré.
Paul Éluard , "Ralentir Travaux", 1930
07 fevereiro, 2008
05 fevereiro, 2008
Os nomes
Não os escrevi no tecto por serem grandiosos, mas por serem companheiros. Rojas Giménez, o transumante, o nocturno, trespassado pelos adeuses, morto de alegria, despassarado, louco da sombra.
Joaquín Cifuentes, cujos tercetos rolavam como pedras no rio.
Federico, que me fazia rir como mais ninguém e que nos enlutou a todos por um século.
Paul Eluard, cujos olhos cor de miosótis me parece que continuam celestes e que conservam a sua força azul debaixo da terra.
Miguel Hernández, assobiando-me à maneira de um rouxinol das árvores da Rua da Princesa antes de os presídios apanharem o meu rouxinol.
Nazim, aedo rumoroso, cavaleiro valente, companheiro.
Por que se foram embora tão depressa? Os seus nomes não resvalarão das vigas. Cada um deles foi uma vitória. Juntos foram para mim toda a luz. Agora uma pequena antologia das minhas dores.
Pablo Neruda, “Uma Casa na Areia”
Joaquín Cifuentes, cujos tercetos rolavam como pedras no rio.
Federico, que me fazia rir como mais ninguém e que nos enlutou a todos por um século.
Paul Eluard, cujos olhos cor de miosótis me parece que continuam celestes e que conservam a sua força azul debaixo da terra.
Miguel Hernández, assobiando-me à maneira de um rouxinol das árvores da Rua da Princesa antes de os presídios apanharem o meu rouxinol.
Nazim, aedo rumoroso, cavaleiro valente, companheiro.
Por que se foram embora tão depressa? Os seus nomes não resvalarão das vigas. Cada um deles foi uma vitória. Juntos foram para mim toda a luz. Agora uma pequena antologia das minhas dores.
Pablo Neruda, “Uma Casa na Areia”
04 fevereiro, 2008
03 fevereiro, 2008
02 fevereiro, 2008
Herberto e Kiki
Kiki Smith, "Standing"
Uma golfada de ar que me acorda numa imagem larga.
Os braços apertam os pulmões da estrela.
e o golpe freme a toda a altura negra. Tremo
na linha sísmica que atravessa o sono.
De ferro em brasa na cabeça,
medo e delírio,
o sombrio trabalho de beleza com as unhas fincadas
na matéria atenta
à olaria.
E súbito, apenas pelo uso elementar das coisas,
esse júbilo terrível.
Herberto Helder, "Ou o Poema Contínuo"
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poesia
01 fevereiro, 2008
Russell Edson
Uma vez um homem encontrou duas folhas e entrou em casa segurando-as com os braços esticados dizendo aos pais que era uma árvore.
Ao que eles disseram então vai para o pátio e não cresças na sala pois as tuas raízes podem estragar a carpete.
Ele disse eu estava a brincar eu não sou uma árvore e deixou cair as folhas.
Mas os pais disseram olha é outono.
Russell Edson, "O Túnel"
Ao que eles disseram então vai para o pátio e não cresças na sala pois as tuas raízes podem estragar a carpete.
Ele disse eu estava a brincar eu não sou uma árvore e deixou cair as folhas.
Mas os pais disseram olha é outono.
Russell Edson, "O Túnel"
28 janeiro, 2008
25 janeiro, 2008
23 janeiro, 2008
22 janeiro, 2008
Paul Celan
Reunido está o que vimos,
para despedida de ti e de mim:
o mar, que nos lançava noites para a terra,
a areia, que as atravessou connosco,
a urze vermelho-ferrugem além
onde o mundo nos aconteceu.
Paul Celan, "Sete Rosas Mais Tarde"
para despedida de ti e de mim:
o mar, que nos lançava noites para a terra,
a areia, que as atravessou connosco,
a urze vermelho-ferrugem além
onde o mundo nos aconteceu.
Paul Celan, "Sete Rosas Mais Tarde"
20 janeiro, 2008
18 janeiro, 2008
Daniel e Dennis
16 janeiro, 2008
15 janeiro, 2008
pour mon petit chat gris
O gato dito doméstico ou de lineu
Primo em linha recta do Gato Legível, uma nem sempre fundada tradição de abandalho pesa sobre a origem egípcia, eminentemente cruel e aristocrática, dos da sua espécie. O Gato urina com êxito nos objectos de lar, e quando a angina estala enfim os peitos da patroa que julgou poder fretá-lo para pequenas voltas, O GATO esfrega os olhos, abre uma janela, e voa toda a noite, de barriga para cima. Nestas surtidas voantes encontra-se por vezes com os seus camaradas libertários, e então acendem fogos que, uma vez por ano, formam cortejo em direcção à Lua, onde um gato já cego os devolve aos espaços, transformados em cinza e em máquinas de luar.
Primo em linha recta do Gato Legível, uma nem sempre fundada tradição de abandalho pesa sobre a origem egípcia, eminentemente cruel e aristocrática, dos da sua espécie. O Gato urina com êxito nos objectos de lar, e quando a angina estala enfim os peitos da patroa que julgou poder fretá-lo para pequenas voltas, O GATO esfrega os olhos, abre uma janela, e voa toda a noite, de barriga para cima. Nestas surtidas voantes encontra-se por vezes com os seus camaradas libertários, e então acendem fogos que, uma vez por ano, formam cortejo em direcção à Lua, onde um gato já cego os devolve aos espaços, transformados em cinza e em máquinas de luar.
Mário Cesariny, "Manual de Prestidigitação"
(pour mon petit chat gris)
14 janeiro, 2008
João e Peter
foto do meu filho João (12 anos)
(...)
É também peculiar o sentimento da duração
em face de certas coisas pequenas,
quanto mais simples mais impressionantes:
daquela colher
que me acompanhou em todas as mudanças de casa,
daquela toalha
pendurada nas casas de banho mais diversas,
do bule e da cadeira de verga
durante anos guardados numa cave
ou arrumados em qualquer outro lugar,
não no que era habitual, é certo,
mas, apesar disso, no seu lugar.
E finalmente:
Feliz todo aquele que tem os seus locais da duração;
porque, mesmo que para sempre seja forçado a partir para uma terra estranha,
sem esperança de regressar ao seu próprio ambiente,
não será jamais um expatriado.
Peter Handke, "Poema à Duração"
13 janeiro, 2008
clube da imaginação
Imaginei uma
Menina que estava a fazer uma
Armadilha para a
Galinha que estava sentada numa palavra chamada
Imaginar. Imaginou-se a
Nadar dentro de uma piscina
Azul. Nadou e encontrou uma
Cereja que tinha um
Anjo em cima do
Ombro.
Adriana (10 anos)
Imaginou
Margarida que as
Assinaturas dela e do
Gonçalo eram
Inimigas.
Na escola
Assinou uma
Cebola
Antiga e
Olhou.
Adriana (10 anos)
Menina que estava a fazer uma
Armadilha para a
Galinha que estava sentada numa palavra chamada
Imaginar. Imaginou-se a
Nadar dentro de uma piscina
Azul. Nadou e encontrou uma
Cereja que tinha um
Anjo em cima do
Ombro.
Adriana (10 anos)
Imaginou
Margarida que as
Assinaturas dela e do
Gonçalo eram
Inimigas.
Na escola
Assinou uma
Cebola
Antiga e
Olhou.
Adriana (10 anos)
12 janeiro, 2008
clube da imaginação - de onde vêm as palavras?
As palavras vêm da varinha mágica que é a língua.
As palavras vêm da sopa.
As palavras vêm dos sons que ouvimos quando estamos com os nossos amigos.
Há palavras quentinhas, acabadinhas de sair do forno.
Se a caneta não escrever, as palavras saem pelas mãos.
As palavras vêm da lua de Inverno.
As palavras são muito tímidas e quando querem sair de casa, vão pela chaminé.
As palavras vêm do coração.
As palavras vêm da palavra “palavra”.
As palavras vêm do fogo, quando o acendemos, as palavras queimam-se e saem, iluminadas.
É da imaginação que vêm as melhores palavras.
Se fosse uma prenda com palavras más, eu não a abria.
As palavras vêm de Homero porque os poetas têm muita sabedoria.
As palavras vêm nas nuvens brancas.
Quando dizemos a palavra errada ela desaparece.
Ana, Ana Rita, João L., João R., Carina, Adriana, Pedro, Alexandre, Inês (10 e 11 anos)
As palavras vêm da sopa.
As palavras vêm dos sons que ouvimos quando estamos com os nossos amigos.
Há palavras quentinhas, acabadinhas de sair do forno.
Se a caneta não escrever, as palavras saem pelas mãos.
As palavras vêm da lua de Inverno.
As palavras são muito tímidas e quando querem sair de casa, vão pela chaminé.
As palavras vêm do coração.
As palavras vêm da palavra “palavra”.
As palavras vêm do fogo, quando o acendemos, as palavras queimam-se e saem, iluminadas.
É da imaginação que vêm as melhores palavras.
Se fosse uma prenda com palavras más, eu não a abria.
As palavras vêm de Homero porque os poetas têm muita sabedoria.
As palavras vêm nas nuvens brancas.
Quando dizemos a palavra errada ela desaparece.
Ana, Ana Rita, João L., João R., Carina, Adriana, Pedro, Alexandre, Inês (10 e 11 anos)
10 janeiro, 2008
Dennis e Luís
08 janeiro, 2008
Mário Cesariny
Faz-se luz pelo processo
de eliminação das sombras
Ora as sombras existem
as sombras têm exaustiva vida própria
não dum e doutro lado da luz mas no próprio seio dela
intensamente amantes loucamente amadas
e espalham pelo chão braços de luz cinzenta
que se introduzem pelo bico nos olhos do homem
Por outro lado a sombra dita a luz
não ilumina realmente os objectos
os objectos vivem às escuras
numa perpétua aurora surrealista
com a qual não podemos contactar
senão como amantes
de olhos fechados
e lâmpadas nos dedos e na boca
Mário Cesariny, “Pena Capital”
de eliminação das sombras
Ora as sombras existem
as sombras têm exaustiva vida própria
não dum e doutro lado da luz mas no próprio seio dela
intensamente amantes loucamente amadas
e espalham pelo chão braços de luz cinzenta
que se introduzem pelo bico nos olhos do homem
Por outro lado a sombra dita a luz
não ilumina realmente os objectos
os objectos vivem às escuras
numa perpétua aurora surrealista
com a qual não podemos contactar
senão como amantes
de olhos fechados
e lâmpadas nos dedos e na boca
Mário Cesariny, “Pena Capital”
06 janeiro, 2008
05 janeiro, 2008
04 janeiro, 2008
Luís Miguel Nava, mais 4 poemas e 1 imagem
OS PRATOS DA BALANÇA
Por entre as rochas um rapaz, nas mãos levando uma balança, avança em direcção ao mar. Vai procurar pesá-lo. Num dos pratos, o mar há-de revolver-se, debater-se, rebentar, há-de trazer à superfície a força das entranhas e atrair o céu, há-de-o fazer precipitar-se até com ele se confundir, e as próprias rochas através das quais o rapaz segue hão-de pesar no prato ferozmente. Imperturbável, o rapaz colocará no outro prato o seu sorriso.
OLHANDO O SOL
Um dia, olhando o sol, deu conta de que nele tinha os ossos mergulhados. Era no entanto impensável proceder a escavações no sol, embora tarde ou cedo a gente acabe por sentir no coração as escavadoras. Dir-se-ia um sol magnético capaz de decidir dos resultados das mais árduas partidas de xadrez. Como se fosse uma das peças, dir-se-ia, ou como se a luz dele recuperasse através deste uma etimologia insuspeitada.
Há quem em si se embrenhe até lhe dar o coração pela cintura – começou ele a escrever então. Como se a espinha do próprio acto de escrever ficasse à mostra, a mão foi-lhe emergindo aos poucos do papel.
Luís Miguel Nava, “Rebentação”
UMA CANDEIA
Poisei na margem desta folha uma candeia, para que se tornassem mais claras as palavras deste texto. Uma candeia também ela feita de palavras e que, contrariamente às aparências, não está na margem mas dispersa nas palavras, de tal forma que, se eu falar das praias, por exemplo, o próprio olhar dos leitores torna visíveis os contornos dos banhistas.
CÉU ÁRIDO
Devemos, ao falar, ter o máximo cuidado com as palavras que empregamos, pois, sendo algumas delas vulneráveis às raízes, arriscamo-nos a ver apoderar-se-nos da fala uma vegetação que talvez chegue mesmo a destruir-nos. A fala quer-se árida, de uma aridez idêntica à da roupa que nos cobre o corpo ou à do céu, de que me esforço, sempre que dele falo, por deixar à mostra um dos agrafos mais profundos.
Luís Miguel Nava, “O Céu Sob as Entranhas”
Por entre as rochas um rapaz, nas mãos levando uma balança, avança em direcção ao mar. Vai procurar pesá-lo. Num dos pratos, o mar há-de revolver-se, debater-se, rebentar, há-de trazer à superfície a força das entranhas e atrair o céu, há-de-o fazer precipitar-se até com ele se confundir, e as próprias rochas através das quais o rapaz segue hão-de pesar no prato ferozmente. Imperturbável, o rapaz colocará no outro prato o seu sorriso.
OLHANDO O SOL
Um dia, olhando o sol, deu conta de que nele tinha os ossos mergulhados. Era no entanto impensável proceder a escavações no sol, embora tarde ou cedo a gente acabe por sentir no coração as escavadoras. Dir-se-ia um sol magnético capaz de decidir dos resultados das mais árduas partidas de xadrez. Como se fosse uma das peças, dir-se-ia, ou como se a luz dele recuperasse através deste uma etimologia insuspeitada.
Há quem em si se embrenhe até lhe dar o coração pela cintura – começou ele a escrever então. Como se a espinha do próprio acto de escrever ficasse à mostra, a mão foi-lhe emergindo aos poucos do papel.
Luís Miguel Nava, “Rebentação”
UMA CANDEIA
Poisei na margem desta folha uma candeia, para que se tornassem mais claras as palavras deste texto. Uma candeia também ela feita de palavras e que, contrariamente às aparências, não está na margem mas dispersa nas palavras, de tal forma que, se eu falar das praias, por exemplo, o próprio olhar dos leitores torna visíveis os contornos dos banhistas.
CÉU ÁRIDO
Devemos, ao falar, ter o máximo cuidado com as palavras que empregamos, pois, sendo algumas delas vulneráveis às raízes, arriscamo-nos a ver apoderar-se-nos da fala uma vegetação que talvez chegue mesmo a destruir-nos. A fala quer-se árida, de uma aridez idêntica à da roupa que nos cobre o corpo ou à do céu, de que me esforço, sempre que dele falo, por deixar à mostra um dos agrafos mais profundos.
Luís Miguel Nava, “O Céu Sob as Entranhas”
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Luís Miguel Nava 2 poemas
CRAWL
Às vezes, entranhando-me num espelho, consigo dar nele duas ou três braçadas sucessivas.
CISÃO
Gostava de saber até que ponto a ideia de céu e a de unidade andam ligadas. Só assim poderia avaliar que peso tem o facto de eu sentir que o céu se encontra dividido e uma das partes se alojou transversalmente no meu corpo. Tal é às vezes o seu peso, que me vejo constrangido a andar dobrado.
Luís Miguel Nava
Às vezes, entranhando-me num espelho, consigo dar nele duas ou três braçadas sucessivas.
CISÃO
Gostava de saber até que ponto a ideia de céu e a de unidade andam ligadas. Só assim poderia avaliar que peso tem o facto de eu sentir que o céu se encontra dividido e uma das partes se alojou transversalmente no meu corpo. Tal é às vezes o seu peso, que me vejo constrangido a andar dobrado.
Luís Miguel Nava
02 janeiro, 2008
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