"Há um direito que só muito poucos intelectuais cuidam de reivindicar: o direito à errância, à vagabundagem.
E, no entanto, a vagabundagem é a emancipação, e a vida ao longo das estradas, a liberdade.
Romper corajosamente um dia com todos os entraves que a vida moderna e a fraqueza do nosso coração, a pretexto de liberdade, fizeram pesar sobre os nossos movimentos, pegar no bordão e no alforge simbólicos e partir!
Para quem conhece o valor e também o delicioso sabor da liberdade solitária (porque apenas sós somos livres), não há acto mais corajoso nem mais belo do que o da partida."
"Escritos no Deserto"
Isabelle Eberhardt
trad. Miguel Serras Pereira
Relógio d'Água, 1990