"Eu bem n'a sinto! Eu bem n'a sinto! apesar das fuligens do céo mal humorado, e da ventania que me apupa, atravez das frinchas das janellas. Uma pulsação vigora as alamedas, nas ascendencias inexhauriveis da seiva, rebentando em folhagens de contextura fina, por fórma que já não é ficção o caso do homem que ouvia crescer herva nos campos, visto que eu ha quinze dias oiço, no recanto do parque onde vivo, sob uma umbella vermelha de paisagista, o borborinho da natureza que se revigora e emplumesce, n'uma dessas orgias de côr que faziam rir o olho azul de Rousseau,"
"O Paiz das Uvas"
Fialho d'Almeida
Livraria Clássica Editora, 1913