Christo, Ten Million Oil Drums Wall - project for the Suez Canal, 1972 |
28 maio, 2014
27 maio, 2014
25 maio, 2014
24 maio, 2014
Junto palavras na
máquina de escrever, pela noite dentro, pensando no dia de hoje. Tão bem que
nós falávamos todos. Uma língua é um mapa dos nossos erros. Frederick Douglass
escrevia num inglês mais puro que o de Milton. As pessoas sofrem
deseperadamente na pobreza. Existem métodos,
mas não os usamos. Joana, que não sabia ler, falava uma forma camponesa
de francês. Algum do sofrimento é: é duro dizer a verdade; isto é a América;
não posso tocar-te agora. Na América temos só o tempo presente. Estou em
perigo. Estás em perigo. O queimar de um livro não desperta em mim qualquer
sensação. Sei que queimar dói. Há chamas de napalme em Catonsville, Maryland.
Sei que queimar dói. A máquina de escrever está sobreaquecida, a minha boca
queima, não te posso tocar agora e esta é a língua do opressor.
Adrienne Rich, 1968 (tradução Ana Luísa Amaral)
21 maio, 2014
18 maio, 2014
podia ter sido feliz
acordando e adormecendo
alimentando-me das pequenas algas do tanque
vendo os roedores correrem por entre os laços das árvores
acordando e adormecendo
alimentando as pequenas algas do tanque
Frederico Mira George, Caixa Negra, 2006
acordando e adormecendo
alimentando-me das pequenas algas do tanque
vendo os roedores correrem por entre os laços das árvores
acordando e adormecendo
alimentando as pequenas algas do tanque
Frederico Mira George, Caixa Negra, 2006
Bill Henson,untitled, 2005-06 |
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16 maio, 2014
“what did
my arms do before they held you?” Sylvia Plath
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Sylvia Plath
13 maio, 2014
tinha
aprendido que era muito importante criar desobjectos.
certa
tarde, envolto em tristezas, quis recusar o cinzento. não munido de nenhum
artefacto alegre, inventei um espanador de tristezas.
era de
difícil manejo – mas funcionava.
(...)
há qualquer coisa de sapiência na palavra tristeza. e algumas
tristezas não são de espanar – um dia posso descobrir que elas me fazem falta e
ter que ir buscá-las na lixeira da catin ton.
vou encher-me de silêncios e imitar as pedras. adormecer entre as
pedras pode ser que me contagie delas. depois de conseguir ser pedra vou
exercitar o sorriso dessa pedra que eu for. com esse sorriso vou iniciar uma
construção...
uma construção pode bem ser o lado avesso de uma certa tristezura.
Ondjaki, Materiais para Confecção de um Espanador de Tristezas, 2009
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