Michael Cooper, René Magritte,1967 |
02 dezembro, 2014
Vigésimo segundo
{em memória de Elisabete George Rodrigues}
{em memória de Elisabete George Rodrigues}
Revejo os ciprestes do cemitério {à direita de casa}, As
alas do xadrez onde andava à escola, As sardinheiras
à porta da tabacaria {cigarros avulso e esferográficas}.
Desse tempo entre ciprestes e acácias, revejo a avó
revestida em pele de cera e já viúva, a ver-me subir as escadas,
muda, longânime, espelhando a evidência de me saber
inconforme, externo, a qualquer vereda.
alas do xadrez onde andava à escola, As sardinheiras
à porta da tabacaria {cigarros avulso e esferográficas}.
Desse tempo entre ciprestes e acácias, revejo a avó
revestida em pele de cera e já viúva, a ver-me subir as escadas,
muda, longânime, espelhando a evidência de me saber
inconforme, externo, a qualquer vereda.
Frederico Mira George; O Veneno Solitário
Etiquetas:
Frederico Mira George,
poesia,
poesia portuguesa
01 dezembro, 2014
(...)
Não desistiremos de explorar
E o fim de toda a nossa exploração
Será chegarmos ao lugar de onde partimos
E conhecer o lugar pela primeira vez.
Através do portão desconhecido e lembrado
Quando o último confim da terra por descobrir
For o lugar que foi o começo;
Na nascente do rio mais longo
A voz da oculta queda-de-água
E as crianças na macieira
Desconhecidas, porque nunca procuradas
Mas ouvidas, meio ouvidas, na quietação
Entre duas ondas do mar.
Depressa agora, aqui, agora, sempre -
Uma condição de completa simplicidade
(Que não custa menos do que tudo)
E tudo há-de ficar bem e
Toda a espécie de coisa há-de ficar bem
quando as línguas do fogo refluírem
Para o coroado nó de fogo
E o fogo e a rosa forem um.
T.S.Eliot, Quatro Quartetos
Não desistiremos de explorar
E o fim de toda a nossa exploração
Será chegarmos ao lugar de onde partimos
E conhecer o lugar pela primeira vez.
Através do portão desconhecido e lembrado
Quando o último confim da terra por descobrir
For o lugar que foi o começo;
Na nascente do rio mais longo
A voz da oculta queda-de-água
E as crianças na macieira
Desconhecidas, porque nunca procuradas
Mas ouvidas, meio ouvidas, na quietação
Entre duas ondas do mar.
Depressa agora, aqui, agora, sempre -
Uma condição de completa simplicidade
(Que não custa menos do que tudo)
E tudo há-de ficar bem e
Toda a espécie de coisa há-de ficar bem
quando as línguas do fogo refluírem
Para o coroado nó de fogo
E o fogo e a rosa forem um.
T.S.Eliot, Quatro Quartetos
29 novembro, 2014
27 novembro, 2014
26 novembro, 2014
23 novembro, 2014
(...)
Por isso não temo que se apague a minha respiração,
Pois a morte nada mudará;
Pois algures num vale de alegria me hei-de encontrar,
Terra junto à terra, ou árvore junto à árvore,
Muitos e muitos anos com aquela que agora amo;
E sentirei alegria ao partilhar
Com ela o sol e a chuva e o ar,
Para com ela gozar a sua tranquila proximidade
Como gozam as mudas coisas dos campos e dos bosques,
A terra, a árvore, a flor estrelada,
Todas as coisas que têm esse poder.
Robert Louis Stevenson, Poemas
Por isso não temo que se apague a minha respiração,
Pois a morte nada mudará;
Pois algures num vale de alegria me hei-de encontrar,
Terra junto à terra, ou árvore junto à árvore,
Muitos e muitos anos com aquela que agora amo;
E sentirei alegria ao partilhar
Com ela o sol e a chuva e o ar,
Para com ela gozar a sua tranquila proximidade
Como gozam as mudas coisas dos campos e dos bosques,
A terra, a árvore, a flor estrelada,
Todas as coisas que têm esse poder.
Robert Louis Stevenson, Poemas
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