10 abril, 2016





























For they are the moments when something new has entered into us, something unknown; our feelings grow mute in shy perplexity, everything in us withdraws, a stillness comes, and the new, which no one knows, stands in the midst of it and is silent.

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We cannot say who has come, perhaps we shall never know, but many signs indicate that the future enters into us in this way in order to transform itself in us long before it happens. And this is why it is so important to be lonely and attentive when one is sad: because the apparently uneventful and stark moment at which our future sets foot in us is so much closer to life than that other noisy and fortuitous point of time at which it happens to us as if from outside.

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As people were long mistaken about the motion of the sun, so they are even yet mistaken about the motion of that which is to come. The future stands firm … but we move in infinite space.

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That is at bottom the only courage that is demanded of us: to have courage for the most strange, the most singular and the most inexplicable that we may encounter.


Rainer Maria Rilke

09 abril, 2016

the unimaginable





























Keep some room in your heart for the unimaginable.

Mary Oliver

Saul Leiter

I never thought of the urban environment as isolating. I leave these speculations to others. It’s quite possible that my work represents a search for beauty in the most prosaic and ordinary places. One doesn’t have to be in some faraway dreamland in order to find beauty. I realize that the search for beauty is not highly popular these days. Agony, misery and wretchedness, now these are worth perusing. 


Saul Leiter


Saul Leiter


Saul Leiter


Saul Leiter

La mer

The Gibsons of Scilly, The Mildred, 1912

profunda primavera

CT, colagem, 2005





















Ninguém sabe estas coisas.
Mas, aproximando os meus sentidos todos
da luz da tua pele, desapareces,
fundes-te como o ácido
aroma dum fruto
e o calor dum caminho,
o cheiro do milho debulhado,
a madressilva da tarde pura,
os nomes da terra poeirenta,
o infinito perfume da pátria:
magnólia e matagal, sangue e farinha,
galope de cavalos,
a lua poeirenta das aldeias,
o pão recém-nascido:
ai, tudo o que há na tua pele volta à minha boca,
volta ao meu coração, volta ao meu corpo,
e volto a ser contigo a terra que tu és:
tu és em mim profunda primavera:
volto a saber em ti como germino.


Pablo Neruda, Versos do Capitão


08 abril, 2016

La mer

A praia sobe até aos dedos
mínimos. Se existíssemos o
mar seria um colosso.
Se nos chegássemos a ele incan
descentes a água ficaria a
pagada. Se fôssemos algum
ser em algum espaço es
ta rebentação angulosa
seria a misericór
dia. Quando louvássemos
as faces das fontes
a sede abandonar-nos-ia.

Fiama Hasse Pais Brandão, Âmago / Nova Arte

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Estou a passar nas escarpas.
É um acto do meu delírio. In
color e só. Um descante longín
quo no lugar do eco. Ausên
cia fiel. A pluma poética
recorta um precipício. A
minha imaginação não é
sinistra. Ela própria
está abandonada. Exponho
-me. Salvo-me. As rochas rugo
sas são o centro da har
monia."

Fiama Hasse Pais Brandão, Âmago / Nova Arte


Paul Gauguin, Dans les Vagues,1888

07 abril, 2016

reflection

CT, alexandra's orchids, 90's


























You came into my life — not as one comes to visit … but as one comes to a kingdom where all the rivers have been waiting for your reflection, all the roads, for your steps.



Vladimir Nabokov, Letters to Véra


06 abril, 2016

Francesca e Frida

Francesca Woodman

























The most important thing for everyone in Gringolandia is to have ambition and become 'somebody,' and frankly, I don't have the least ambition to become anybody


Frida Kahlo

plain

CT, divertissement (a.t.), 2016

05 abril, 2016

two words

 
CT, Two words, 2016




04 abril, 2016

Vasco Popa

A LIÇÃO DE POESIA

Estamos sentados num banco todo branco
Sob o busto de Lenau

Abraçamo-nos
E entre dois beijos falamos
De poesia

Falamos de poesia
E entre dois versos abraçamo-nos

O poeta olha para longe através de nós
Através do banco branco
Através do saibro da alameda

Ele cala magnificamente
Os seus belos lábios de bronze

No jardim público de Verchatz
Aprendi pouco a pouco
O que é essencial num poema

Vasco Popa, em Qual é a Minha ou a Tua Língua?, organização de Jorge Sousa Braga


03 abril, 2016

Matilde
















Matilde par elle-même,  fotocópia, Maputo, (anos 90?) 


When I was little we had bright yellow curtains in the library and when we went away for the summer, they were put in a box. And I imagined them in that box, glowing, all summer long.


Joan Mitchell

02 abril, 2016

exercícios com o olhar (5)

CT, exercícios com o olhar,
2016



Sally e Louis

Sally Mann, Faces, 2014


















Pour la première fois ta voix
Pour la première fois ta bouche
C'est toujours la première fois
Quand ta robe, en passant, me touche.


Louis Aragon


divertissement (menina)


CT, divertissement (menina),
2016

01 abril, 2016

divertissement

CT, divertissement, 2016

divertissement

                        CT, divertissement, 2016



31 março, 2016

José Sá, Maputo, mon amour #10, 2016



















31.

os animais dotados de pianos interiores
entram em primeiro lugar.

Cristina Tavares, A voz, 2011




A minha dádiva é ilimitada como o mar,
O meu amor tão profundo: quanto mais te dou
Mais tenho, porque ambos são infinitos.

William Shakespeare, Romeu e Julieta




Cecile Perra

29 março, 2016

blanc en route

CT, divertissement (blanc en route*),2016 *pour José 


























"Tudo o que vejo de ti me é inteligível, descodificável"