Frederico Mira George, Para Artur do Cruzeiro Seixas, 2017 |
22 maio, 2017
21 maio, 2017
20 maio, 2017
19 maio, 2017
17 maio, 2017
16 maio, 2017
Pentti Holappa e Sabine Weiss
15 maio, 2017
13 maio, 2017
11 maio, 2017
10 maio, 2017
Andrea Büttner e Gregory Corso
Andrea Büttner, Ramp, 2015
POETAS PEDINDO BOLEIA NA AUTO-ESTRADA
Claro que tentei dizer-lhe
mas ele virou a cara
_____sem uma desculpa.
Disse-lhe que o céu persegue
_____o sol
E ele sorriu e disse:
_____«Para que serve isso.»
Eu sentia-me como um demónio
_____de novo
Por isso disse: «Mas o oceano persegue
_____os peixes.»
Desta vez riu-se
_____e disse: «Suponho que
__________os morangos foram
_______________empurrados para uma montanha.»
Depois disso vi que a
_____guerra estava declarada...
Então lutámos:
Ele disse: «A carroça das maçãs como um
____________________anjo numa vassoura
_______________racha & lasca
____________________velhos tamancos holandeses.»
Eu disse: «O relâmpago vai cair no velho carvalho
_______________e libertar os fumos!»
Ele disse: «Rua louca sem nome.»
Eu disse: «Assassino careca! Assassino careca! Assassino careca!»
Ele disse, perdendo mesmo a cabeça,
__________«Fogões! Gasolina! Divã!»
Eu disse, sorrindo apenas:
__________«Sei que Deus voltaria a cabeça
__________se me sentasse calado e pensasse.»
Acabámos por evaporar-nos,
_____odiando o ar!
Gregory Corso em Antologia da Novíssima Poesia Norte Americana (selecção, tradução, prefácio e notas de Manuel de Seabra, 1973)
08 maio, 2017
07 maio, 2017
06 maio, 2017
05 maio, 2017
Ian Hamilton Finlay, Broken heartbroken, 1968 |
... o que é preciso é alguém para abrir as janelas que não há...
Cruzeiro Seixas, Desaforismos (Perfecto E.Quadrado, A Única Real Tradição Viva)
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03 maio, 2017
01 maio, 2017
e aquele que espia o perfume
José Pinto de Sá, Maputo, 2016 |
X
Escolhe um grande chapéu cuja aba seduzamos. O olho recua um século nas províncias da alma. Pela porta de cré vivo vêem-se as coisas da planície: coisas vivas, ó coisas
excelentes!
(...)
muitas coisas sobre a terra para escutar e para ver, coisas vivas entre nós!
festas de comemoração ao ar livre para os aniversários das grandes árvores e cerimónias públicas em honra de um charco; consagrações de pedras negras, perfeitamente redondas, invenções de nascentes em lugares mortos, sagrações de tecidos na ponta das varas à aproximação dos desfiladeiros, (...)
muitas outras coisas ainda à altura das nossas têmporas: os curativos dos animais nos arrabaldes, as sublevações da multidão ao encontro dos tosquiadores, dos poceiros e dos capadores; as especulações na aragem das colheitas e a ventilação do feno na ponta das forquilhas sobre os telhados; as construções de cercas de terracota rosada, (...)
ah! todo o tipo de homens nas suas maneiras e feitios: comedores de insectos, de frutos de água; portadores de emplastros, de riquezas! (...) e o homem de nenhum ofício: homem do falcão, homem da flauta, homem das abelhas; aquele que extrai o seu prazer do timbre da sua voz, aquele que descobre a sua utilidade na contemplação de uma pedra verde; que faz arder para seu prazer um fogo de cortiças no telhado; que faz um leito de folhas odoríferas sobre a terra, e nele se deita e repousa; que pensa em desenhos de cerâmicas verdes para bacias de águas vivas; e aquele que andou em viagens e sonha voltar a partir; que viveu num país de grandes chuvadas;(...) aquele que tem opiniões acerca da utilização de uma cabaça; (...) aquele que recolhe o pólen num vaso de madeira (e o meu prazer, diz ele, está nesta cor amarela); aquele que come fritos, vermes das palmeiras, framboesas; aquele que adora o sabor do estragão; aquele que sonha com um pimento; (...) e aquele que espia o perfume do génio nas fendas recentes da pedra; (...)
Saint-John Perse, Habitarei o Meu Nome (trad. João Moita)
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30 abril, 2017
27 abril, 2017
A mí me han dado un silencio
pleno de formas y visiones
Alejandra Pizarnik
pleno de formas y visiones
Alejandra Pizarnik
CT, abril 2017 |
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25 abril, 2017
CT, abril 2017
Não sei como dizer-te
que minha voz te procura
e a atenção começa a
florir, quando sucede a noite
esplêndida e vasta.
Não sei o que dizer,
quando longamente teus pulsos
se enchem de um brilho
precioso
e estremeces como um
pensamento chegado. Quando,
iniciado o campo, o
centeio imaturo ondula tocado
pelo pressentir de um
tempo distante,
e na terra crescida os
homens entoam a vindima
— eu não sei como
dizer-te que cem ideias,
dentro de mim, te
procuram.
Herberto Helder, A
Colher na Boca
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24 abril, 2017
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