06 maio, 2018

Louise Bourgeois

Louise Bourgeois, Lullaby, 2006

05 maio, 2018

FAGULHA


Ana Cristina Cesar










Abri curiosa
o céu.
Assim, afastando de leve as cortinas.

Eu queria entrar,
coração ante coração,
inteiriça
ou pelo menos mover-me um pouco,
com aquela parcimônia que caracterizava
as agitações me chamando
Eu queria até mesmo
saber ver,
e num movimento redondo
como as ondas
que me circundavam, invisíveis,
abraçar com as retinas
cada pedacinho de matéria viva.
Eu queria
(só)
perceber o invislumbrável
no levíssimo que sobrevoava.
Eu queria
apanhar uma braçada
do infinito em luz que a mim se misturava.
Eu queria
captar o impercebido
nos momentos mínimos do espaço
nu e cheio
Eu queria
ao menos manter descerradas as cortinas
na impossibilidade de tangê-las
Eu não sabia
que virar pelo avesso
era uma experiência mortal.

Ana Cristina Cesar, A Teus Pés, 1982

04 maio, 2018

Aurélia de Souza

Aurélia de Souza, Jezabel devorada pelos cães, 1911

25 abril, 2018

André Tecedeiro + Liberdade




ele perguntou-me
em que medida é que isso te marcou?

eu perguntei-lhe:

como se mede uma raiz?


André Tecedeiro,  O Número de Strahler, ed. Do Lado Esquerdo.

23 abril, 2018

Hannah Hoch

Hannah Hoch, 1962

22 abril, 2018

Paule Vézelay

Paule Vézelay in her studio, 1934

Paule Vezelay. Germaine Greer interviews pioneer...

Paule Vézelay

Paule Vézelay, Silhouettes, 1938






































Paule Vézelay, Contrasted Curves

































Paule Vézelay, Grey Forms on Grey, 1935





































21 abril, 2018

Estela e Heidi


(…)
que inveja,
penso eu
daqueles que só escrevem quando amam

que inveja,
penso eu
mas depois me arrependo
que inferno seria
só ser atravessada
quando algo respira.

Estela Rosa in  Oceânica


Heidi Kirkpatrick, Lost and Found




UM CAROÇO DE ABÓBORA JAPONESA

Aprendi
que se você joga um saco de terra no vaso
é incontrolável que surjam pequenas folhas

plantas sem nome
diria minha mãe
é tudo mato

mas resolvi jogar terra em um vaso
e ali algumas sementes que iam pro lixo

não me preocupei
nada do que planto dá
não tenho interesse em fertilidades

mas aí brotou por entre o lixo
uma folhinha

puxei o mato
mas ele saía do caroço da abóbora japonesa
do purê de semana passada

ela ali crescendo
orientalíssima em meu vaso de lixo orgânico
minha última tentativa de gratidão

com o broto na mão
fiquei pensando nos mestres japoneses
e naqueles samurais de coquezinho
naquelas moças com pés cortados
sapatos de madeira
nos budas de porcelana

e aquela folha ali brotando

então é isso, não dá
não sei lidar com vidas pacientes
com essa folha japonesa
delicada rompendo o lixo
feito um hexagrama de i-ching
me ensinando a brotar

mas não dá
é poesia demais pra mim
logo eu que não sei meditar


Estela Rosa (lida em Oceânica )


19 abril, 2018

17 abril, 2018

Giorgio Griffa

Giorgio Griffa, Verticale, 1976

16 abril, 2018

outra vez a brasileira






Lygia Pape, Tecelar, 1958

15 abril, 2018

Lygia Pape



















 Lygia Pape, Divisor (performance, Rio de janeiro, 1968)

Lygia Pape

Lygia Pape, Desenho, 1959

14 abril, 2018

F e H

Frederico Mira George, Digital Painting, 2011









































Eu pergunto se o poeta cria as coisas, pergunto se as reconhece, ou então se as ordena.


Herberto Helder, Photomaton & Vox

13 abril, 2018

Elliott Erwitt


Elliott Erwitt, "Untitled", Pasadena, California, 1963






12 abril, 2018

Kara Walker

Resultado de imagem para The Emancipation Approximation (Scene #18), 1999-2000
Kara Walker, The Emancipation Approximation (scene #18) , 1999-2000

11 abril, 2018

Susana Marques

Foto de Susana Marques.
Susana Marques

























Esta força inóspita que me corrói de dentro e extravasa pelo mundo como uma calcinação.


Herberto Helder, Photomaton & Vox