Lee Bontecou, Bird,1958 |
12 fevereiro, 2020
11 fevereiro, 2020
Carl Sandburg - Rápido
Viajo de rápido, num dos melhores comboios do país.
Lançadas através da pradaria, na névoa azul, no ar escuro,
correm quinze carruagens com mil viajantes.
Todas estas carruagens serão, um dia, montes de ferrugem,
homens e mulheres que riem
no vagão-restaurante, nas carruagens cama, hão-de acabar em pó.
No salão dos fumadores pergunto a um homem qual o seu destino.
«Omaha», responde.
Carl Sandburg, Antologia Poética (seleção de poemas e tradução de Alexandre O'Neill), Ed. Tempo
Lançadas através da pradaria, na névoa azul, no ar escuro,
correm quinze carruagens com mil viajantes.
Todas estas carruagens serão, um dia, montes de ferrugem,
homens e mulheres que riem
no vagão-restaurante, nas carruagens cama, hão-de acabar em pó.
No salão dos fumadores pergunto a um homem qual o seu destino.
«Omaha», responde.
Carl Sandburg, Antologia Poética (seleção de poemas e tradução de Alexandre O'Neill), Ed. Tempo
10 fevereiro, 2020
09 fevereiro, 2020
Carl Sandburg
(...)
O melhor é o silêncio azul e o cinzento do oeste,
a névoa de outono sobre a margem,
e nada de ódio, nada de amor,
nada que seja profundo, agudo.
Só a paz dum tractor parado no terreiro,
e o trigo novo junto das medas
e as abóboras escondidas nas searas,
fogos trigueiros na escuridão.
Trigueiros luzeiros na nocturna terra.
Aqui sonha um tractor.
Nem amor, nem ódio.
Nada senão sonhos.
Irmãos do crepúsculo e das trevas.
Carl Sandburg, Antologia Poética (seleção de poemas e tradução de Alexandre O'Neill), Ed. Tempo
O melhor é o silêncio azul e o cinzento do oeste,
a névoa de outono sobre a margem,
e nada de ódio, nada de amor,
nada que seja profundo, agudo.
Só a paz dum tractor parado no terreiro,
e o trigo novo junto das medas
e as abóboras escondidas nas searas,
fogos trigueiros na escuridão.
Trigueiros luzeiros na nocturna terra.
Aqui sonha um tractor.
Nem amor, nem ódio.
Nada senão sonhos.
Irmãos do crepúsculo e das trevas.
Carl Sandburg, Antologia Poética (seleção de poemas e tradução de Alexandre O'Neill), Ed. Tempo
07 fevereiro, 2020
06 fevereiro, 2020
05 fevereiro, 2020
Henri Matisse (cartão e vitral)
04 fevereiro, 2020
Zygmunt Bauman
A nossa sociedade engendra novos medos. Porque a modernidade, que se tornou «líquida», fez triunfar a perpétua incerteza: a busca de sentido e de referências estáveis foi substituída pela obsessão da mudança e da flexibilidade. O culto do efémero e os projectos a curto prazo favorecem o reinado da concorrência em detrimento da solidariedade e transformam os cidadãos em caçadores ou, pior ainda, em presas. Assim, o presente líquido segrega indivíduos medrosos, habitados pelo receio da insegurança.»
Zygmunt Bauman, Modernidade Líquida
03 fevereiro, 2020
02 fevereiro, 2020
01 fevereiro, 2020
31 janeiro, 2020
30 janeiro, 2020
Teresa Amy
POEMA 20
entendi perfeitamente
algum tempo depois, que não sabia
trabalhar o corpo
do texto, nem buscar a espessura
das palavras, nem ser possuído
pelo murmúrio das folhas nem
pela melhor
música inglesa dos anos 70;
entendi que não devia incomodar-me
por não assemelhar-me em nada com Scott Fritzgerald, e
razoavelmente pensei que não devia
incomodar-me por eu (também)
querer ser um farol para
ter, pelo menos, navios
que me mirem
mesmo que nada ilumine:
é um caminho pleno de desastres, des-
astrado,
expliquei
entendi perfeitamente
algum tempo depois, que não sabia
trabalhar o corpo
do texto, nem buscar a espessura
das palavras, nem ser possuído
pelo murmúrio das folhas nem
pela melhor
música inglesa dos anos 70;
entendi que não devia incomodar-me
por não assemelhar-me em nada com Scott Fritzgerald, e
razoavelmente pensei que não devia
incomodar-me por eu (também)
querer ser um farol para
ter, pelo menos, navios
que me mirem
mesmo que nada ilumine:
é um caminho pleno de desastres, des-
astrado,
expliquei
Teresa Amy ( tradução de António Miranda)
Teresa Amy , Uruguay (1950-2017) |
Manuel Resende (1948-2020)
SAI DE CASA
E depois espalha os bocados
Pelo vasto mundo.
Ou então na tua rua, vai à aldeia, à praia,
Atira-o ao mar, deita-o ao lixo,
Para que venha o vento, o sol, a chuva, os homens do lixo,
Acabar com ele de vez.
Passado um dia,
Sai de casa e procura
Encontrá-lo de novo.
Manuel Resende, O Mundo Clamoroso, Ainda
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Manuel Resende,
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poesia portuguesa
27 janeiro, 2020
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