Miguel (10 anos)
21 março, 2009
19 março, 2009
16 março, 2009
15 março, 2009
14 março, 2009
13 março, 2009
03 janeiro, 2009
tantos seres(tantos demónios e deuses
cada qual mais ganancioso do que todos)é um homem
(tão facilmente um em outro se esconde;
e não pode o homem, sendo todos, fugir a nenhum)
Tão vasto tumulto é o mais simples desejo:
tão impiedoso massacre a esperança
mais inocente(tão profunda é a mente da carne
e tão desperto o que o acordar chama dormir)
assim nunca o mais sozinho homem está só
(o seu mais breve respirar vive o ano de algum planeta,
a sua mais longa vida é a pulsação de algum sol;
a sua menor imobilidade percorre a mais jovem estrela)
(...)
E.E.Cummings, livrodepoemas
cada qual mais ganancioso do que todos)é um homem
(tão facilmente um em outro se esconde;
e não pode o homem, sendo todos, fugir a nenhum)
Tão vasto tumulto é o mais simples desejo:
tão impiedoso massacre a esperança
mais inocente(tão profunda é a mente da carne
e tão desperto o que o acordar chama dormir)
assim nunca o mais sozinho homem está só
(o seu mais breve respirar vive o ano de algum planeta,
a sua mais longa vida é a pulsação de algum sol;
a sua menor imobilidade percorre a mais jovem estrela)
(...)
E.E.Cummings, livrodepoemas
01 janeiro, 2009
29 dezembro, 2008
sou uma pequena igreja(não uma grande catedral)
longe da opulência e imundíce das apressadas cidades
-não me preocupo se os dias mais breves se tornam brevíssimos,
não tenho pena quando sol e chuva fazem abril
a minha vida é a vida do ceifeiro e do semeador;
as minhas orações são as orações da terra onde desajeitadas lutam
(encontrando e perdendo e rindo e chorando)as crianças
cuja qualquer tristeza ou alegria é meu tormento e meu aprazimento
à minha volta surge um milagre incessante
nascer e glória e morte e ressurreição:
sobre o meu ser adormecido flutuam flamejantes símbolos
de esperança, e eu acordo para uma perfeita paciência de montanhas
sou uma pequena igreja(longe do alucinado
mundo com o seu enlevo e angústia)em paz com a natureza
-não me preocupo se as noites mais longas se tornam longuíssimas;
não tenho pena quando a calma se torna canto
de inverno de primavera,ergo a minha espiral diminuta para
o misericordioso Ele Cujo único agora é para sempre:
permanecendo erecto na verdade imortal da Sua Presença
(acolhendo humildemente a Sua luz e orgulhosamente as Suas trevas)
E.E.Cummigs, "livrodepoemas"
longe da opulência e imundíce das apressadas cidades
-não me preocupo se os dias mais breves se tornam brevíssimos,
não tenho pena quando sol e chuva fazem abril
a minha vida é a vida do ceifeiro e do semeador;
as minhas orações são as orações da terra onde desajeitadas lutam
(encontrando e perdendo e rindo e chorando)as crianças
cuja qualquer tristeza ou alegria é meu tormento e meu aprazimento
à minha volta surge um milagre incessante
nascer e glória e morte e ressurreição:
sobre o meu ser adormecido flutuam flamejantes símbolos
de esperança, e eu acordo para uma perfeita paciência de montanhas
sou uma pequena igreja(longe do alucinado
mundo com o seu enlevo e angústia)em paz com a natureza
-não me preocupo se as noites mais longas se tornam longuíssimas;
não tenho pena quando a calma se torna canto
de inverno de primavera,ergo a minha espiral diminuta para
o misericordioso Ele Cujo único agora é para sempre:
permanecendo erecto na verdade imortal da Sua Presença
(acolhendo humildemente a Sua luz e orgulhosamente as Suas trevas)
E.E.Cummigs, "livrodepoemas"
27 dezembro, 2008
digamos: eis uma flor
um débil mundo de pétalas
aberto
digamos: uma cor
mais roxa de nossas dores escolhida
digamos: um ribeiro
um local habitável para a flor
a inventar
digamos: um perfume
impresso
na flor à beira-água
digamos: a memória
diluída
no perfume da flor
por fim
digamos: uma violeta
eis a flor
A.M.Pires Cabral, "Antes que o Rio Seque"
um débil mundo de pétalas
aberto
digamos: uma cor
mais roxa de nossas dores escolhida
digamos: um ribeiro
um local habitável para a flor
a inventar
digamos: um perfume
impresso
na flor à beira-água
digamos: a memória
diluída
no perfume da flor
por fim
digamos: uma violeta
eis a flor
A.M.Pires Cabral, "Antes que o Rio Seque"
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A.M. Pires Cabral,
poesia,
poesia portuguesa
09 novembro, 2008
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