18 janeiro, 2014
Georges e René
Em 1963, Georges Braque criou 27 litografias para ilustrar o poema Lettera Amorosa, o seu poema preferido de René Char.
Georges e Guillaume
Georges Braque criou18 gravuras para acompanhar o poema "Si Je Mourais Là-bas", de Guillaume Apollinaire.O livro de artista saiu em 1962, nas Éditions Brodier, por altura dos 80 anos de Braque.
17 janeiro, 2014
«Não é necessário observar o trabalho de alguém
para saber se é essa a sua vocação,
basta olhá-lo nos olhos:
um cozinheiro apurando um molho,
um cirurgião abrindo a pele,
um escriturário preenchendo uma relação
de embarque, têm a mesma expressão
distraída, embevecidos na sua tarefa.
Que bela é essa devoção
do olho pelo objecto.
Ignorar a deusa sedutora,
abandonar os sacrários magníficos
de Rea, Afrodite, Demeter, Diana,
preferir rezar a S. Focas,
Santa Bárbara, S. Saturnino,
ou outro padroeiro qualquer,
de cujo mistério se seja merecedor,
que passo gigantesco foi dado.
Deveria haver monumentos e odes
aos heróis desconhecidos que começaram,
a quem arrancou as primeiras faíscas
da pederneira e esqueceu o jantar,
ao primeiro coleccionador de conchas
que ficou celibatário.
Se não fossem eles, onde estaríamos?
Ainda ferozes, sem hábitos caseiros,
errando através das florestas,
com nomes sem consoantes,
escravos da Dama gentil, sem
noções da civilidade
e hoje à tarde, para esta morte,
não haveria agentes funerários.»
W.H. Auden, "O Massacre dos Inocentes"
12 janeiro, 2014
Não digas onde acaba o dia.
Onde começa a noite.
Não fales palavras vãs.
As palavras do mundo.
Não digas onde começa a Terra,
Onde termina o céu.
Não digas até onde és tu.
Não digas desde onde é Deus.
Não fales palavras vãs.
Desfaz-te da vaidade triste de falar.
Pensa, completamente silencioso.
Até à glória de ficar silencioso,
Sem pensar.
Cecília Meireles, "Antologia Poética"
11 janeiro, 2014
«Nem um murmúrio, nem um pensamento,
Nem um beijo, nem um olhar se hão-de perder."
W.H.Auden
Nem um beijo, nem um olhar se hão-de perder."
W.H.Auden
(parabéns, t.)
CT, 2014, pequenos narcisos (da série desenhos de maio) |
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Cristina Tavares,
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W.H. Auden
05 janeiro, 2014
03 janeiro, 2014
"Common friendships can be shared. In one friend one can love beauty; in another, affability; in another, generosity; in another, a fatherly affection; in another a brotherly one; and so on. But this frienship love takes possession of the soul and reigns there with full sovereign sway: that cannot possibly be duplicated. If two friends asked you to help them at the same time, witch of them would you dash to? If they asked for conflicting flavours who would have the priority? If one entrusted to your silence something which it was useful for the other to know, how would you get out of that? The unique, highest friendship loosens all other bonds. That secret witch I have sworn to reveal to no other, I can reveal without perjury to him who is not another: he is me. It is a great enough miracle for oneself to be redoubled (...)"
"For the perfect friendship which I am talking about is indivisible: each gives himself so entirely to his friend that he has nothing left to share with another."
Michel de Montaigne, "On Friendship", (1580 )
"For the perfect friendship which I am talking about is indivisible: each gives himself so entirely to his friend that he has nothing left to share with another."
Michel de Montaigne, "On Friendship", (1580 )
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