17 março, 2018

William Morris

William Morris, 1873

11 março, 2018

Ernst Ludwig Kirchner

Ernst Ludwig Kirchner, Seated Girl, 1910

10 março, 2018

Hannah Höch

Hannah Höch, Modenshau (detalhe) c.1925-35

06 março, 2018

Paul Eluard

Agora escuto a voz

Tudo que ela não disse
Tudo aquilo que não pude supôr ou suspeitar

Escuto ao redor de mim a dança do silêncio


Paul Eluard, Poemas Políticos (trad. Carlos Grifo)



04 março, 2018

Cristina Tavares, desPoemário 2003, março 2018


























Rose is a rose is a rose. 

Gertrude Stein

Carmen Herrera

Resultado de imagem para carmen herrera blue
Carmen Herrera, Untitled Estructura (Blue), 1966/2015
Carmen Herrera, Untitled, 1971  
Carmen Herrera, Untitled, 1971

03 março, 2018

02 março, 2018

TV


                                     Cristina Tavares, Ligeiramente abaixo da voz, TV, 2018







19 fevereiro, 2018

How I Go to the Woods













How I Go to the Woods
Ordinarily I go to the woods alone, with not a single friend, for they are all smilers and talkers and therefore unsuitable.
I don’t really want to be witnessed talking to the catbirds or hugging the old black oak tree. I have my way of praying, as you no doubt have yours.
Besides, when I am alone I can become invisible. I can sit on the top of a dune as motionless as an uprise of weeds, until the foxes run by unconcerned. I can hear the almost unhearable sound of the roses singing.

If you have ever gone to the woods with me, I must love you very much.


Mary Oliver, Swan:Poems and Pro
se Poems

17 fevereiro, 2018

William Carlos William

Tanta coisa depende
de

um carrinho de mão 
vermelho

reluzente de gotas de
chuva

ao lado das galinhas
brancas.



William Carlos Williams, Antologia Breve (trad. José Agostinho Baptista)

14 fevereiro, 2018

Al Berto

Sandro Botticelli, Portrait of Young Woman (detalhe),1480










e finjo a morte ou cintilo
como o diamante


Al Berto



13 fevereiro, 2018

Matisse

Henri Matisse, Chapelle de la Rosaire, Vence, 1951

12 fevereiro, 2018

Matisse

Henri Matisse, Nu Bleu IV, 1952

11 fevereiro, 2018

Juan Ramón Jiménez

Está tan puro mi corazón 
que lo mismo es que muera 
o que cante.

Juan Ramón Jiménez

Cristina Tavares, pequenos ramos derrubados, 2014





10 fevereiro, 2018

Alejandra Pizarnik

Imagem relacionada

7
Salta con la camisa en llamas
de estrella a estrella.
de sombra en sombra.
Muere de muerte lejana
la que ama al viento


8
Memoria iluminada, galería donde vaga la sombra de lo que espero.
No es verdad que vendrá. No es verdad que no vendrá.


9
Estos huesos brillando en la noche,
estas palabras como piedras preciosas
en la garganta viva de un pájaro petrificado,
este verde muy amado,
este lila caliente,
este corazón sólo misterioso


10
un viento débil
lleno de rostros doblados
que recorto en forma de objetos que amar


13
explicar con palabras de este mundo
que partió de mí un barco llevándome


33
alguna vez
alguna vez tal vez
me iré sin quedarme
me iré como quien se va



Alejandra Pizarnik, Árbol de Diana (1962)



08 fevereiro, 2018

07 fevereiro, 2018

Felix Vallotton

Felix Vallotton, Woman Sleeping, 1899

04 fevereiro, 2018

Eugénio de Andrade


Que fizeste das palavras?
Que contas darás tu dessas vogais
de um azul tão apaziguado?

E das consoantes, que lhes dirás,
ardendo entre o fulgor
das laranjas e o sol dos cavalos?

Que lhes dirás, quando
te perguntarem pelas minúsculas
sementes que te confiaram?


Eugénio de Andrade, O Sal da Língua


03 fevereiro, 2018

Frederico Mira George

#38

pentearam-me arranjaram-me um fato
calçaram-me sapatos engraxados
e fecharam-me os olhos com pás de terra
cheira a mercúrio e a volfrâmio
as calças são boas mas apertadas - ?de quem terão sido
e os sapatos
/não cabiam - uma mãe rezando partiu-me as falanges
resultou na perfeição

antes da descida final
antes de ser posto o selo
a mulher mãe-rezadora envolveu-me um terço de rosário
nas mãos - prata brilhante
e desci - tranquilo
para a escuridão generosa
da plantação
continuo tranquilo apesar de não encontrar o coração
no peito nem sentir os olhos nas cavidades do crânio

quando rebentarem as primeiras folhas no solo
voltarei a ver o mar/a praça/os automóveis
os homens e as mulheres dentro dos automóveis
voltarei ao princípio - à cama onde nasci
descanso em paz enquanto germino

Frederico Mira George, Caixa Negra -1º vol., edições quási


Cristina Tavares, B&W, 2017

02 fevereiro, 2018

Margaret Atwood

O MOMENTO

O momento em que, após anos
de labuta e uma longa viagem, 
pões o pé no centro do teu quarto,
casa, hectare, quilómetro quadrado, ilha, país,
finalmente consciente de como lá chegaste,
e dizes, isto é meu,

é o mesmo momento em que as árvores
desenlaçam de ti os seus braços macios,
os pássaros recolhem a sua linguagem,
os penhascos estalam e desabam,
o ar recua de ti como uma onda
e ficas sem conseguir respirar.

Não, sussurram-te. Nada é teu.
Foste um visitante, que repetidas vezes
subiu o monte, cravou a bandeira, proclamou.
Nós nunca te pertencemos.
Tu nunca nos encontraste.
Foi sempre o contrário.


Margaret Atwood, em Lacre, Traduções e Versões de Poesia de Vasco Gato (ed. Língua Morta)


Cristina Tavares, B&W, 2017