28 maio, 2014

Endre Kukorelly

Os músicos deslizam
até ao pescoço na vala
dos músicos, lá em baixo,

afinam os instrumentos
antes de tocar e depois 
a ferramenta volta

para o estojo, infelizmente
não andei na escola de música 
mas admiro sempre

o piano que toca quando é batido
no lugar certo
e ainda mais admirável

é a música de ópera
mas porque razão?
seria muito longo

dar os pormenores,
tenho tanta vergonha
no que diz respeito à música

não posso mostrar as entranhas
embora traga sempre
música lá dentro.

Endre Kukorelly, Um Jardim de Plantas Medicinais, 1997
     Segundo um estrangeiro vaidoso, os Húngaros tiveram muitos heróis. Um tipo muito desagradável. Na opinião dele, há muitos heróis, poetas e patriotas, desnecessariamente assinalados, tanta pedra, tanto ferro, por exemplo lá só existiram o Bismarck ou o Goethe com estátuas, pronto, porque é que têm de homenagear tanto? Enfim, era um chato. Pois então, vamos homenagear. Mais lhe valia beber uma cerveja. Aliás, não há nenhuma estátua de ferro. Nem mesmo as coroas de louros são de ferro. Nem as bandeiras. Nem a bruxa da história tem o nariz de ferro. Usam outros metais.

Endre Kukorelly, Um Jardim de Plantas Medicinais, 1997
Christo, Ten Million Oil Drums Wall - project for the Suez Canal, 1972

27 maio, 2014

Christo, s/título, 1982


26 maio, 2014

Margaret Watkins, Head and Hand, 1925

25 maio, 2014

Kenneth Josephson, 1970

24 maio, 2014

Gordon Parks, The Invisible Man, Harlem, New York, 1952

Junto palavras na máquina de escrever, pela noite dentro, pensando no dia de hoje. Tão bem que nós falávamos todos. Uma língua é um mapa dos nossos erros. Frederick Douglass escrevia num inglês mais puro que o de Milton. As pessoas sofrem deseperadamente na pobreza. Existem métodos,  mas não os usamos. Joana, que não sabia ler, falava uma forma camponesa de francês. Algum do sofrimento é: é duro dizer a verdade; isto é a América; não posso tocar-te agora. Na América temos só o tempo presente. Estou em perigo. Estás em perigo. O queimar de um livro não desperta em mim qualquer sensação. Sei que queimar dói. Há chamas de napalme em Catonsville, Maryland. Sei que queimar dói. A máquina de escrever está sobreaquecida, a minha boca queima, não te posso tocar agora e esta é a língua do opressor.


Adrienne Rich, 1968 (tradução Ana Luísa Amaral)

23 maio, 2014

Georgia O'Keeffe, The Lawrence Tree, 1929



22 maio, 2014

caixa de pedras de Georgia O'Keeffe

21 maio, 2014

When it's over, I want to say: all my life I was a bride married to amazement. 

Mary Oliver
Instructions for living a life:
Pay attention.
Be astonished.
Tell about it.

Mary Oliver
George Hendrik Breitner, Luar, 1887

20 maio, 2014

Auguste Rodin, Cambodian Dancer, 1906

18 maio, 2014

podia ter sido feliz
acordando e adormecendo
alimentando-me das pequenas algas do tanque
vendo os roedores correrem por entre os laços das árvores
acordando e adormecendo
alimentando as pequenas algas do tanque

Frederico Mira George, Caixa Negra, 2006


Bill Henson,untitled, 2005-06
CT, 2014, maio (da série desenhos de maio)

CT, 2014, botões de loendro (da série desenhos de maio)



17 maio, 2014

Jasper Johns, Target with Four Faces, 1955
























J.J. junto à obra

16 maio, 2014

 “what did my arms do before they held you?”    Sylvia Plath
Pág78, da revista La Révolution Surrealiste, nº12, 1929
No centro "je ne vois pas la (femme) cachée dans la fôret" de René Magritte.
A rodear a pintura, o grupo surrealista de Paris:

Maxime Alexandre, Louis Aragon, André Breton, Luis Bunuel, Jean Caupenne;

Salvador Dalì  e Paul Éluard;
Max Ernst  e Marcel Fourrier;

Camille Goemans  e  René Magritte;
Paul Nougé, Georges Sadoul, Yves Tanguy, André Thirion e Albert Valentin