12 julho, 2014

Alexandra Valenti

11 julho, 2014

Edgar Degas, L'Attente, 1882
Edgar Degas, L'Attente, 1882 (detalhe)

08 julho, 2014

Robert Frank, Canal Street, New Orleans, 1955

07 julho, 2014

Oluf Tostrup, Diadema, 1875

















Queres saber o que rezo nas orações?
troncos secos, gravetos
cercas e barro vermelho.


José Tolentino Mendonça, A Papoila e o Monge

05 julho, 2014

Jenny Holzer, Xenon for Rio de Janeiro, 1999

04 julho, 2014

Ernst Ludwig Kirchner, Auto retrato, 1934-37

03 julho, 2014

Faz-se luz pelo processo
de eliminação de sombras
Ora as sombras existem
as sombras têm exaustiva vida própria
não dum e doutro lado da luz mas no próprio seio dela
intensamente amantes    loucamente amadas
e espalham pelo chão braços de luz cinzenta
que se introduzem pelo bico nos olhos do homem

Por outro lado a sombra dita a luz
não ilumina    realmente    os objectos
os objectos vivem às escuras
numa perpétua aurora surrealista
com a qual não podemos contactar
senão como amantes
de olhos fechados
e lâmpadas nos dedos    e na boca

Mário Cesariny, Pena Capital
Ana Tecedeiro, Fóssil, 2014

01 julho, 2014

Vija Celmins, Ocean Surface, (gravura em madeira), 2000-01

Vija Celmins, Night Sky #10, (óleo s/ linho montado em madeira)1994-95

30 junho, 2014

Raoul Hausmann, 1930

Raoul Hausmann,1930

29 junho, 2014

John Bulmer, Durham, anos 60

28 junho, 2014

Aceito a ordem
das coisas, a geometria
imposta do quarto?
Os objectos no
seu lugar de sempre,
a distância exacta
da cadeira à mesa,
do meiple à janela?
O sono do tapete?
O universo diário
do quarto alugado,
as molduras que
cercam, resguardam
naturezas mortas,
paisagens imóveis?
Aceito a minha vida?
Ou mexo no candeeiro,
desvio-o alguns centímetros
na mesa, altero
as relações das coisas,
afinal tão frágeis
que o simples desvio
dum objecto pode
romper o equilíbrio?
Pego no telefone
e grito ao primeiro
desconhecido: ouves-me?
Ou deixo tudo
tal como está,
medido, quieto
no rigor do quarto,
e eu hesitante
entre o soalho e o tecto?
Desloco o cinzeiro
sabendo que posso
matar mandarins,
provocar cataclismos,
fracturas, amores,
eclipses, sonhos,
com a ponta dum dedo?
Ou apago a lâmpada
eléctrica e entro
no mesmo torpor
que as flores do tapete,
a fruta dos quadros,
o frio, o bolor,
no chão, nas paredes,
o poema na mesa,
a mesa no espaço
do quarto comprado
mês a mês? Confundo
o aluguer e o tempo,
deixo-me ser
em cada milímetro,
em cada segundo,
do quarto, da vida,
o outro objecto
chamado inquilino?
Ou desencadeio
a insurreição
mudando de sítio
o meiple, a cadeira,
mudando-me a mim?

Carlos de Oliveira,O aprendiz de feiticeiro

27 junho, 2014

Noé Sendas

26 junho, 2014

Marlene Dumas, The Next Generation, 1994-5


























Contra o muro

O primeiro gesto é o pior.
Desenhar uma linha divide o papel em dois.
Desenhar mapas e fronteiras faz dos vizinhos estrangeiros.
Nas culturas bélicas todas as gerações de crianças foram educadas
a pensar exclusivamente em imagens-inimigo.

A arte é uma forma de dormir com o inimigo.

Tenho imenso respeito pelos jornalistas que arriscam
as suas vidas para nos mostrarem aquilo que está a acontecer aqui e agora. Não estou a tentar
melhorar o seu trabalho. Não sou uma repórter local. Sou uma artista de estúdio.
Viajo através da minha imaginação, ou assim deveria fazer - vivo na minha imaginação.

Não quero que destruam Israel.
Quero que se acabe com a ocupação da Palestina.
Quero que acabemos a Segunda Guerra Mundial,
Para que possamos acabar a Terceira Guerra Mundial.
Mas isso não pode ser pintado. Só os muros podem ser pintados.

Nunca encarei a pintura como uma janela ou como um espelho do mundo.
Talvez a veja mais como uma porta com o aviso Não Entrar
ou uma carta com a informação "Devolver ao remetente - Desconhecido neste paradeiro".
Ou uma fronteira.


Marlene Dumas

(Sister) Corita Kent

serigrafias dos anos 60

25 junho, 2014

Hannah Hoch, Da Dandy, 1919


Hannah Hoch, 1925












































Hannah Hoch, Indian Dancer, 1930

Caderno de endereços de Hannah Hoch

Hannah Hoch no seu estúdio, 1976