13 março, 2016

Herberto Helder

O poema é um objecto carregado de poderes magníficos, terríficos: posto no sítio certo, no instante certo, segundo a regra certa, promove uma desordem e uma ordem que situam o mundo num ponto extremo: o mundo acaba e começa. Aliás não é exactamente um objecto, o poema, mas um utensílio: de fora parece um objecto, tem as suas qualidades tangíveis, não é porém nada para ser visto mas para manejar. 


Herberto Helder, (Auto-)Entrevista, Jornal Público, 4 dezembro 1990

11 março, 2016

Splendor in Purple

I never paint dreams or nightmares. I paint my own reality.
Frida Kahlo


CT, jacinto sobre paleta de F. (Splendor in Purple), 
março 2016


 



06 março, 2016

Joaquim Manuel Magalhães

Podei as sardinheiras de seis anos.
A meda dos ramos no telheiro
secou ao vagar de março,
enredou-se nos torcidos nós

aí teceram as aranhas, uma gata
pariu uma ninhada
e as milhariças negras e
castanhas com os paus de musgo

começaram por buscar insectos,
descobriram lugares aveludados,
tentaram esconder um ninho.

Línguas de ar sanguinolento
correm nos sulcos calcinados.
Nada. Nada quer dizer.

Joaquim Manuel Magalhães, Segredos, Sebes e Aluviões

05 março, 2016

anjos

O anjo solar, o outro das sombras
e esse que vagueia nos crepúsculos,
primeiro o da manhã, depois o do entardecer
desenham sinais que sigo para chegar a ti.

Joaquim Manuel Magalhães, Os Dias, Pequenos Charcos





















Kiki Smith

26 fevereiro, 2016

Mitsuhashi Takajo

Egipto, jaspe amarelo, 1353-1336 a.c.



























Ali o balão
insuflado de tristeza,
subindo no ar.

Mitsuhashi Takajo em O Japão no Feminino II, Haiku séculos XVII a XX,  trad.Luísa Freire


24 fevereiro, 2016

Kiripi Katembo (1979-2015)

Kiripi Katembo, Un Regard, 2011


Kiripi Katembo, Un Regard, 2011

23 fevereiro, 2016

Kiki e Uda

Kiki Smith, Nuit, 1992







































Aves, ramos, pedras
todos vestidos de branco - 
tempo de partir?

Uda Kiyoko em O Japão no Feminino II, Haiku séculos XVII a XX,  trad.Luísa Freire

22 fevereiro, 2016

bronze romano

21 fevereiro, 2016

Miguel Branco

Miguel Branco, Untitled (Dog), 2015

Mitsuhashi Takajo

CT, 2000



















A mulher de pé
sozinha, pronta a avançar 
pela Via Láctea.

Mitsuhashi Takajo em O Japão no Feminino II, Haiku séculos XVII a XX,  trad.Luísa Freire

20 fevereiro, 2016

Uda Kiyoko

CT, 1998




















Metade do corpo 
num sonho; a outra metade
dentro da neve.

Uda Kiyoko em O Japão no Feminino II, Haiku séculos XVII a XX,  trad.Luísa Freire

19 fevereiro, 2016

book

CT, book, 2016

















I am certain of nothing but of the holiness of the Heart’s affections and the truth of imagination.

John Keats

14 fevereiro, 2016

letter


CT, letter, 2016


word

CT, word, 2016



CT, word, 2016


Joan Mitchell

Joan Mitchell

Joan Mitchell



Joan Mitchell, 1961



Joan Mitchell, Untitled, 1964

Joan Mitchell














“Although there is no specific place, nature is more ‘really’ present than in most representational paintings. It is because of the ‘reality’ of the details. The details, shaped like brushstrokes, have committed shapes, and the colors have committed texture, hue, and substance. They are not muddy, which has nothing to do with the presence or absence of browns or grays, but with their being clearly what they are. Miss Mitchell has been attentive to outside nature and her inner experience, and she gives you something real.”
Fairfield Porter on Joan Mitchell. From Reality and the Museum, 1961.