Georges de La Tour , detalhe de S.José Carpinteiro, c. 1640 |
09 dezembro, 2018
08 dezembro, 2018
Luz e silêncio
Destino e condição dos corpos luminosos
é o desamparo. Mesmo intimamente
a luz é doação, abrindo, abençoando,
nada defendendo. É nesse desabrigo
que encontra o seu abrigo, ou seja, a perfeição.
Assim é o silêncio também desabrigado:
enganam-se os que nele procuram um reduto
pois o silencioso a tudo fica exposto.
Destino e condição dos corações amantes
é darem-se tão frágeis em luz e em silêncio
que buscam um refúgio de Deus no próprio Deus
ficando assim perfeitos como lâmpadas na morte.
Carlos Poças Falcão, Sombra Silêncio
é o desamparo. Mesmo intimamente
a luz é doação, abrindo, abençoando,
nada defendendo. É nesse desabrigo
que encontra o seu abrigo, ou seja, a perfeição.
Assim é o silêncio também desabrigado:
enganam-se os que nele procuram um reduto
pois o silencioso a tudo fica exposto.
Destino e condição dos corações amantes
é darem-se tão frágeis em luz e em silêncio
que buscam um refúgio de Deus no próprio Deus
ficando assim perfeitos como lâmpadas na morte.
Carlos Poças Falcão, Sombra Silêncio
07 dezembro, 2018
Eduardo Chillida
”Este lugar es el origen de todo. Él es el verdadero autor de la obra. Lo único que hice fue descubrirlo. Es imposible hacer una obra como ésta sin tener en cuenta el entorno. Sí, es una obra que he hecho yo y que no he hecho yo”
Eduardo Chillida
Eduardo Chillida
Eduardo Chillida, El Peine del Viento (O Pente do Vento), 2008 |
05 dezembro, 2018
02 dezembro, 2018
28 novembro, 2018
Tea for Three (Four)
Cristina Tavares, Tea for Three (Four), novembro 2018 |
O que nos liga é o que
nos liberta.
António Ramos Rosa,
Quando o inexorável, 1983
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27 novembro, 2018
26 novembro, 2018
25 novembro, 2018
24 novembro, 2018
23 novembro, 2018
Aniversário de Herberto
Deito coisas vivas e mortas no espírito da obra.
Minha vida extasia-se como uma câmara de tochas.
Herberto Helder, O Poema Contínuo
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22 novembro, 2018
21 novembro, 2018
A secret about a secret
Cristina Tavares, A secret about a secret, Porto 2018
A photograph is a secret about a secret. (Diane Arbus)
20 novembro, 2018
Ferreira Gullar
Onde começo, onde acabo,
se o que está fora está dentro
como num círculo cuja
periferia é o centro?
Estou disperso nas coisas,
nas pessoas, nas gavetas:
de repente encontro ali
partes de mim: risos, vértebras.
Estou desfeito nas nuvens:
vejo do alto a cidade
e em cada esquina um menino,
que sou eu mesmo, a chamar-me.
Extraviei-me no tempo.
Onde estarão meus pedaços?
Muito se foi com os amigos
que já não ouvem nem falam.
Estou disperso nos vivos,
em seu corpo, em seu olfato,
onde durmo feito aroma
ou voz que também não fala.
Ah, ser somente o presente:
esta manhã, esta sala.
Ferreira Gullar, Antologia Poética
16 novembro, 2018
Danielle Magalhães
(...)
o céu se lança
em queda livre
escuta este salto
é o maior salto
que uma queda poderia manter
como um voo
(...)
Danielle Magalhães, Quando o Céu Cair, Ed. 7Letras
o céu se lança
em queda livre
escuta este salto
é o maior salto
que uma queda poderia manter
como um voo
(...)
Danielle Magalhães, Quando o Céu Cair, Ed. 7Letras
Frederico Mira George, 2015 |
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14 novembro, 2018
Herberto Helder
Nome do mundo, diadema.
Herberto Helder, Flash, 1980
Herberto Helder, Flash, 1980
Cristina Tavares, Molde de gesso para as mãos de O Desterrado, de Soares dos Reis, 2018 |
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Hans Magnus Enzensberger
Cristina Tavares, Desejo Intermédio, julho 2018 |
[…]
A origem daquela máquina
é problemática.
Um computador analógico.
Um menir. Um astrário.
Trionfi del tempo. Restos.
Sem finalidade e plena de sentido
como um poema de latão.
A origem daquela máquina
é problemática.
Um computador analógico.
Um menir. Um astrário.
Trionfi del tempo. Restos.
Sem finalidade e plena de sentido
como um poema de latão.
Nenhum Guggenheim mandava
cheques a Francesco Petrarca
no primeiro dia do mês.
De' Dondi não tinha contrato
com o Pentágono.
cheques a Francesco Petrarca
no primeiro dia do mês.
De' Dondi não tinha contrato
com o Pentágono.
Outros predadores. Outras
palavras e rodas. Mas
o mesmo céu.
Nós continuamos a viver
nessa Idade Média.
palavras e rodas. Mas
o mesmo céu.
Nós continuamos a viver
nessa Idade Média.
Hans Magnus Enzensberger, Mausoléu, tradução de João Barrento
11 novembro, 2018
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