para a construção do poema 68

Noite

Cristina Tavares, Noite, Janeiro 2019

Fecha os olhos e vê. 

J.Joyce, Ulisses

Retratos do ar

Edvard Munch no seu atelier

Retratos do ar

Boris Lipnitzki, Kandinsky trabalhando na sua pintura
Dominant Curve

Retratos do ar

Anna Akhmatova

Mariana Yampolsky

Mariana Yampolsky, Falda Huichola, 1993

Mariana Yampolsky, Huipil de Tapar, 1962

Miguel Branco

Miguel Branco, S/título (Cavalo Negro), 2018

The Big Snow

  Cristina Tavares, The Big Snow, janeiro 2019

Thierry Defize

BRIBE EN HOMMAGE (A.R.-Q.)

le po
le po
le po

ème


Récit. Il se presenta sans armure.


Thierry Defize, Sans Titre 2-3-4, Les Éditions 632

Cristina Tavares, 2018

Laszlo Moholy-Nagy

Laszlo Moholy-Nagy, 7AM, New Year's Morning, c.1930

Wallace Stevens

Perhaps the truth depends on a walk around the lake. 

Wallace Stevens

Cristina Tavares, Around the Lake, 31 dezembro 2018

Josef Albers

Josef Albers, Detalhe de parede na Universidade de Harvard,1950

Josef Albers, Rhythm, 1958

Carlos Relvas

Carlos Relvas, Jovem sorrindo, 1880

Red Hockney

Peter Schelsinger, David Hockney em Veneza, 1972

Danielle Magalhães e Purple Rain

chama

o verão não deixará indícios

do que continua

queimando a conta gotas

o amor existe apenas

se a distância

existir como parte do processo

de aproximação entre

duas avenidas os destroços

pegam fogo as bocas

chamam um nome

que jamais irá amar novamente

somos interrompidos

como um verso

eu nunca vou escrever

um poema expressionista

anunciando o fim do mundo

uma mulher escreveu

a História

é uma história de muitos começos

e nenhum final

à distância ali

na esquina tragando

fumaça enquanto conversava

sobre o que é

amar ela disse

um poema continua sendo

um corpo todo cortado

esperando o início

da narrativa

Danielle Magalhães, Quando o Céu Cair, ed.7Letras, Brasil

Cristina Tavares, Purple Rain, 2018

Lucia-Moholy

Lucia-Moholy, Gitane, Yougoslavie, 1930-31

Vivian Maier

Vivian Maier, s/título , 1969

Lilies

Katsushika Hokusai, Lilies, c. 1833-34

A morte

Antigamente sabia-se (ou talvez se pressentisse) que se trazia a morte dentro de si, como o fruto o caroço. As crianças tinham dentro uma pequena e os adultos uma grande. As mulheres tinham-na no seio e os homens no peito. Tinha-se, a morte, e isto dava às pessoas uma dignidade particular e um calmo orgulho.

Rainer Maria Rilke, Os Cadernos de Malte Laurids Brigge (trad. Paulo Quintela)

Vivian Maier, Auto-retrato, 1954

Marc Chagall

Marc Chagall, Les Trois Anges reçus parAbraham, 1931