22 janeiro, 2007
21 janeiro, 2007
20 janeiro, 2007
Alexander Rodchenko,capa de revista LEF, 1924
Já vi matar um homem
é terrível a desolação que um corpo deixa
sobre a terra
uma coisa a menos para adorar
quando tudo se apaga
as paisagens descobrem-se perdidas
irreconciliáveis
entendes por isso o meu pânico
nessas noites em que volto sem razão nenhuma
a correr pelo pontão de madeira
onde um homem foi morto
arranco como os atletas ao som de um disparo seco
mas sou apenas alguém que de noite
grita pela casa
há quem diga
a vida é um pau de fósforo
escasso demais
para o milagre do fogo
hoje estive tão triste
que ardi centenas de fósforos
pela tarde fora
enquanto pensava no homem que vi matar
e de quem não soube nunca nada
nem o nome
José Tolentino Mendonça, “Baldios”
Etiquetas:
A,
José Tolentino Mendonça,
oxigénio,
poesia
19 janeiro, 2007
18 janeiro, 2007
dádiva matinal
Dádiva matinal
Um beijo
e estas palavras
ao teu ouvido
na tua boca
possa este peso imposto
ser-te leve
Bruno Wheinhals," Uma Conversa Passa Pelo Papel e Outros Poemas"
Um beijo
e estas palavras
ao teu ouvido
na tua boca
possa este peso imposto
ser-te leve
Bruno Wheinhals," Uma Conversa Passa Pelo Papel e Outros Poemas"
17 janeiro, 2007
16 janeiro, 2007
(...)
preferiu sempre a seta que desaparece
ao nome breve que se guarda
José Tolentino Mendonça, “A que Distância Deixaste o Coração”
preferiu sempre a seta que desaparece
ao nome breve que se guarda
José Tolentino Mendonça, “A que Distância Deixaste o Coração”
Etiquetas:
José Tolentino Mendonça,
poesia,
poesia portuguesa
15 janeiro, 2007
Per e Fiama
PER BAK JENSEN, "Sne", 2005
Quando eu vir vaguear por dentro da casa
o abeto que cresceu no bosque, hei-de
ajoelhar no soalho. Todas as coisas
comunicam entre si a totalidade das suas formas.
A mão que vai surgir do abeto apontará para mim.
FIAMA HASSE PAIS BRANDÃO, "Área Branca", 1978
Etiquetas:
Fiama Hasse Pais Brandão,
oxigénio,
P,
poesia,
poesia portuguesa
14 janeiro, 2007
ar líquido 3
Ele é o meu anjo
ele vem do escuro
a embarcação em chamas
desce o canal
Se a mulher adormecida nas margens
alongasse os braços
os remos da embarcação bateriam
nos astros
(...)
José Tolentino Mendonça, “Longe Não Sabia”
Etiquetas:
J,
José Tolentino Mendonça,
oxigénio,
poesia,
poesia portuguesa
Assinar:
Postagens (Atom)