14 fevereiro, 2016

Joan Mitchell

Joan Mitchell

Joan Mitchell



Joan Mitchell, 1961



Joan Mitchell, Untitled, 1964

Joan Mitchell














“Although there is no specific place, nature is more ‘really’ present than in most representational paintings. It is because of the ‘reality’ of the details. The details, shaped like brushstrokes, have committed shapes, and the colors have committed texture, hue, and substance. They are not muddy, which has nothing to do with the presence or absence of browns or grays, but with their being clearly what they are. Miss Mitchell has been attentive to outside nature and her inner experience, and she gives you something real.”
Fairfield Porter on Joan Mitchell. From Reality and the Museum, 1961.

13 fevereiro, 2016

Helene Schjerfbeck

Helene Schjerfbeck , School Girl in Black, 1908


Helene Schjerfbeck, My Mother, 1909

10 fevereiro, 2016

Jack Spencer

Jack Spencer, West Texas Road, 2004

07 fevereiro, 2016

Sophie Tauber-Arp

Sophie Tauber-Arp, Equilibre, 1931

06 fevereiro, 2016

um ano depois

Fairfield Porter, Sun and Sea






































Fairfield Porter, Sun and Sea, 1975

05 fevereiro, 2016

Une Semaine de Bonté

Max Ernst, Une Semaine de Bonté, 1933

04 fevereiro, 2016

Ana Hatherly, ainda

185
O parque. Atravesso a ponte sobre o lago. De repente um ruído pesado: um ganso atravessa a ponte voando sobre a minha cabeça. Assusto-me. Depois penso: meu Deus os gansos de Selma Lagerloff. A minha infância. A custo reprimo o desespero.


186
A Suécia. Vou a caminho dum jantar de cerimónia. O carro atravessa o bosque. Já é noite. Um gamo surge diante dos faróis. Corre um pouco depois salta para o lado. Pára a olhar-nos. Já dentro de casa olho através da janela. A neve ilumina todo o ar e mesmo o céu recebe o seu reflexo imenso.


Ana Hatherly, 463 tisanas, Quimera, 2006

03 fevereiro, 2016

Ana Hatherly

400
Varsóvia.Quantas árvores tem esta cidade! exclamo surpreendida. Mas logo me explicam: é que no lugar dos escombros da guerra, como não podíamos construir, plantámos árvores. Grande tesouro, respondo impressionada. Passeando pelo imenso parque penso: o tempo revela-esconde tudo de tudo.




405

O problema da visibilidade ou da invisibilidade é uma questão de luz. Quando eu era criança, ao levantar-me tinha começado as minhas orações dizendo: Louvada seja a luz do dia, louvado seja quem a cria. Num dia frio e escuro de Inverno enganei-me e disse: louvada seja a luz eléctrica...Não me deixaram continuar. Sabe-se lá o que iria eu dizer a seguir.


Ana Hatherly, 463 tisanas, Quimera 2006


01 fevereiro, 2016

Manoel e Jopie

Perder o nada é um empobrecimento.

Manoel de Barros, Livro Sobre Nada


Jopie Huisman, Roodbaaien hemd , 1975

31 janeiro, 2016

O Guardador de Águas

Henriette Browne, A Nun (Mme Jules de Saux), 1850-70 (detalhe)

























Nas Metamorfoses, em duzentas e quarenta fábulas,
      Ovídio mostra seres humanos transformados em 
      pedras, vegetais, bichos, coisas.
Um novo estágio seria que os entes já transformados
      falassem um dialeto coisal, larval,pedral, etc.
      Nasceria uma linguagem madruguenta, adâmica, 
      edênica, inaugural -
Que os poetas aprenderiam - desde que voltassem às 
      crianças que foram
As rãs que foram
As pedras que foram.
Para voltar à infância, os poetas precisariam também de     
     reaprender a errar a língua.
Mas esse é um convite à ignorância? A enfiar o idioma 
     nos mosquitos?
Seria uma demência peregrina.


Manoel de Barros, O Guardador de Águas

30 janeiro, 2016

Frederico e Saul

Saul Leiter, Taxi, 1957













Com os anos os meus olhos ficaram azuis.
O castanho infantil degradou-se com exposições
Solares
Exageradas. E demasiadas leituras. E Caligrafias.
Creio no pigmento dos olhos como demonstração
Matemática do rigor extremo das horas pesadas.


Frederico Mira George, O Veneno Solitário