William Egglestone, Mississippi, 1971 |
19 fevereiro, 2017
16 fevereiro, 2017
I believe in kindness. Also in
mischief. Also in singing, especially when singing is not necessarily
prescribed.
Mary
Oliver
CT, Objectos do Céu Profundo, 2017
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15 fevereiro, 2017
13 fevereiro, 2017
12 fevereiro, 2017
11 fevereiro, 2017
10 fevereiro, 2017
Robert Mapplethorpe
09 fevereiro, 2017
08 fevereiro, 2017
A mais bela Elisabeth Bishop
One Art
The art of losing isn’t hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.
Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn’t hard to master.
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn’t hard to master.
Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.
I lost my mother’s watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn’t hard to master.
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn’t hard to master.
I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn’t a disaster.
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn’t a disaster.
—Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan’t have lied. It’s evident
the art of losing’s not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster.
06 fevereiro, 2017
Marianne Moore (e E.K.)
Para Uma Ave de Presa
Convéns-me, pois nem sequer te tomo a sério,
e não ficas cega pela palha que rodopia
ao ser trazida de uma meda pelos ventos.
Sabes pensar e o que pensas dizes
com muito orgulho e fria firmeza
de Sansão, e ninguém ousa deter-te.
O orgulho assenta-te bem, tão empertigada, ave colossal.
Nenhuma capoeira te faz parecer absurda;
as tuas garras atrevidas são fortes, contra a derrota.
Poemas de Marianne Moore e Elisabeth Bishop (trad. Mª de Lourdes Guimarães)
Convéns-me, pois nem sequer te tomo a sério,
e não ficas cega pela palha que rodopia
ao ser trazida de uma meda pelos ventos.
Sabes pensar e o que pensas dizes
com muito orgulho e fria firmeza
de Sansão, e ninguém ousa deter-te.
O orgulho assenta-te bem, tão empertigada, ave colossal.
Nenhuma capoeira te faz parecer absurda;
as tuas garras atrevidas são fortes, contra a derrota.
Poemas de Marianne Moore e Elisabeth Bishop (trad. Mª de Lourdes Guimarães)
Ellsworth Kelly |
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05 fevereiro, 2017
um buraco na noite
subitamente invadido por um anjo
Alejandra Pizarnik
CT, Objectos do Céu Profundo, 2016 |
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03 fevereiro, 2017
02 fevereiro, 2017
Não habitamos a terra
ela habita-nos
Anise Kolz, Cantos de Recusa
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01 fevereiro, 2017
um anjo
Um anjo segue-me
como a minha sombra
Habituado à sua presença
esqueço-o
como ele me esquece.
Anise Kolz, Cantos de Recusa
Matisse
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30 janeiro, 2017
Cada átomo de silêncio é a oportunidade de um fruto maduro.
Paul Valéry
CT, Objectos do Céu Profundo, 2016 |
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28 janeiro, 2017
27 janeiro, 2017
25 janeiro, 2017
23 janeiro, 2017
21 janeiro, 2017
20 janeiro, 2017
A beleza é tão grande e nós somos
tão frágeis... Estou a falar do impossível e da vida
Daniel Faria, O Livro de Joaquim
CT, Objectos do Céu Profundo, 2016 |
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19 janeiro, 2017
a irrazoável esperança
Suponho que,
arbitrariamente contrariando o sentido real da história, eu de algum modo já me
prometia por escrito que o ócio, mais que o trabalho, me daria as grandes
recompensas gratuitas, as únicas a que aspirava. É possível também que já então
meu tema de vida fosse a irrazoável esperança, e que eu já tivesse iniciado a
minha grande obstinação: eu daria tudo o que era meu por nada, mas queria que
tudo me fosse dado por nada. Ao contrário do trabalhador da história, na
composição eu sacudia dos ombros todos os deveres e dela saía livre e pobre, e
com um tesouro na mão.
Clarisse Lispector, Contos
CT, Objectos do Céu Profundo, 2016 |
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18 janeiro, 2017
Anise Kolz
Os meus poemas são-me estranhos
como pinturas rupestres
Ignoro a sua origem e idade
por vezes reconheço um pormenor
um animal familiar
Anise Kolz, Cantos de Recusa
17 janeiro, 2017
Anise Kolz
Os poemas
que ainda não foram escritos
pesam sobre mim
como a sombra acumulada
de um verão
Anise Kolz, Cantos de Recusa
16 janeiro, 2017
15 janeiro, 2017
14 janeiro, 2017
13 janeiro, 2017
o céu claro
Alexander Calder, Snow Flurry I, 1948 |
Avança cada instante inteiro e antigo
vejo-me visto leio-me lido
tudo está feito.
vejo-me visto leio-me lido
tudo está feito.
(E se perdemos a memória do encontro
como diremos da manhã
o céu claro?)
como diremos da manhã
o céu claro?)
João Miguel Fernandes Jorge, Sobre o Mar e a Casa
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11 janeiro, 2017
novíssima poesia brasileira
a Torre Eiffel é que é de ferro
eu sou de titânio e osso
Danielle
Magalhães
10 janeiro, 2017
09 janeiro, 2017
08 janeiro, 2017
Eva e Rita
Eva Hesse, s/ título, 1966 |
queria mesmo
que o poema tivesse uma qualidade profética,
que inaugurasse um universo paralelo
mas o poema é bidimensional; ele tem a velocidade
de gotas descendo espáduas octagenárias, incorrendo
em cada vinco, hesitando nos profundos sulcos,
ensaiando um desvio
a cada acidente epidérmico
causado pelos anos.
Rita Isadora Pessoa
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Rita Isadora Pessoa
07 janeiro, 2017
Aleksandr Rodchenko, Hanging Construction, 1920 |
(...) Vi perfeitamente a progressão
Do desenho, e como ele se detinha na contemplação de cada
Anjo.
Maria Gabriela Llansol, O Começo de Um Livro é Precioso
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06 janeiro, 2017
_____________Estas árvores balouçam na sua hesitação
Mas prosseguem. Os ramos mais altos precipitam-se,
Abrem no ar pousadas. Os mais baixos ocupam. Sol não
Falta. Há apenas a curva do caminho com incidências
Drásticas na sua respiração. Sim, há ainda as concorrentes,
As sementes ininterruptas, e o incompreensível desprezo
Dos Humanos. Parasceve não diz. Se o cortarem, não
Reagirá________«Porque não entendeis a leveza de prosseguir?»
Maria Gabriela Llansol, "O Começo de um Livro é Precioso"
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04 janeiro, 2017
por tudo o que tomba
por tudo o
que tomba
sem se
reerguer sem
sequer
lembrar da queda
pela sombra
que nunca é
proporcional
à luz
pela sombra
que não é
proporcional
de maneira
alguma
à luz
Rita Isadora Pessoa
(novíssima, belíssima poesia brasileira)
02 janeiro, 2017
o poema
o poema ele
não se curva
ele é tão domesticável quanto uma onça
fumando
charutos cubanos.
Rita Isadora Pessoa
01 janeiro, 2017
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