15 novembro, 2013

Raymond Carver

14 novembro, 2013


     De manhã muito cedo está ainda escuro lá fora
     Estou à janela a beber café
     E com aquele ar matinal
     Que passa por pensativo

     Um rapaz e um amigo
     Caminham pela rua fora
     Para entregarem os jornais da manhã

     Usam bonés e camisolas
     E um deles traz uma mochila aos ombros
     Parecem tão felizes
     Embora não digam nada

     Penso que se pudessem teriam dado
     As mãos
     É de manhã cedo
     E caminham juntos

     Vêm aí lentamente
     O céu está a clarear
     Embora uma lua pálida esteja ainda suspensa sobre a água

     Que beleza. Por um minuto
     A morte e ambição, até o amor
     Estão arredados disto

     Felicidade. Ela chega
     Inesperadamente. E passa em frente
     Qualquer dia de manhã muito cedo fala acerca disso

Raymond Carver

13 novembro, 2013

Recortes de H. C. Andersen (Odense Museer)










12 novembro, 2013

Bruce McLean, "Pose Work for Plints", 1971

11 novembro, 2013

Jane Hambleton, "Color Dive",2012

10 novembro, 2013

"Alone and in a Circunstance", manuscrito de Emily Dickinson, Amherst Manuscript

"To be forgot by thee", manuscrito de Emily Dikinson, Amherst Manuscript

"The Things that never can come back, are several", manuscrito de Emily Dickinson, Amherst Manuscript

"The way Hope builds his House", manuscrito de Emily Dickinson , Amherst Manuscripts

Emily Dickinson com 17 anos

09 novembro, 2013

João Abel Manta, "Um Problema Difícil", 1975

08 novembro, 2013

Garment Workers'Strike, Chicago,1915

07 novembro, 2013

Woman in a rowing boat, c.1890

06 novembro, 2013

Man Ray, 1928

05 novembro, 2013

Charles e Ray Eames ,"Ringling Bros. and Barnum & Bailey Circus", c.1941-1960

04 novembro, 2013

Charles e Ray Eames

03 novembro, 2013

"-Alguém se magoou?
-Não, valha-nos ao menos isso, - disse Mrs. Beaver - tirando duas criadas que perderam a cabeça e saltaram pelo meio da clarabóia para o pátio. Não corriam nenhum perigo. O fogo nunca chegou aos quartos, devo dizer."


Primeiras linhas de 
"Um Punhado de Pó"
Evelyn Waugh
trad. Daniel Jonas
Cotovia, 2008

02 novembro, 2013

"Do alto das furnas via-se o burgo dormindo; uma névoa de Primavera, fria, engelhava as casas e o arvoredo. Era dia Santo, com feira no Salgueiral. Tinha de se partir cedo, dando tempo à mula para arrastar a velhice e vencer os solavancos do caminho, a subida da serra escalvada, onde a urze e os corvos vigiavam a solidão."


Primeiras linhas de 
"A Casa da Malta"
Fernando Namora
Bertrand, 1978

01 novembro, 2013

"A infância não explica a vida; e a vida não explica a obra. Mas uma e outra se condicionam e esclarecem. Quando em torno de uma obra, a vida não cessa de fazer um tumulto que lhe serve de obstáculo ou de publicidade, quando a própria obra se refere à infância assim como ao mistério a que tudo se reduz, é bem legítimo debruçarmo-nos sobre o que foi seu húmus e constitui sua lenda.
A obra de Orson Welles permanece marcada pela impureza da vida, não conseguiu desligar-se dessa vida que se apresenta como uma infância prolongada, geralmente admirável, e por vezes monstruosa."


Primeiras linhas de
Orson Welles
Maurice Bessy
Editorial Presença, 1965

31 outubro, 2013

"Há dias em que os deuses falam ao meu coração imundo. Eu não sei se Deus existe. Jamais me foi dado contemplar a sombra da sua face. As suas mãos não descem à noite sobre as minhas pálpebras, trazendo apaziguamento às insónias que me devoram. Pela manhã ninguém me diz: Levanta-te e Caminha."


Primeiras linhas de
Sapos Vivos e Outros Monstros
Maria Regina Louro
Relógio D'Água, 1984