Raymond Carver |
15 novembro, 2013
14 novembro, 2013
De manhã muito cedo está ainda escuro lá fora
Estou à janela a beber café
E com aquele ar matinal
Que passa por pensativo
Um rapaz e um amigo
Caminham pela rua fora
Para entregarem os jornais da manhã
Usam bonés e camisolas
E um deles traz uma mochila aos ombros
Parecem tão felizes
Embora não digam nada
Penso que se pudessem teriam dado
As mãos
É de manhã cedo
E caminham juntos
Vêm aí lentamente
O céu está a clarear
Embora uma lua pálida esteja ainda suspensa sobre a água
Que beleza. Por um minuto
A morte e ambição, até o amor
Estão arredados disto
Felicidade. Ela chega
Inesperadamente. E passa em frente
Qualquer dia de manhã muito cedo fala acerca disso
Raymond Carver
10 novembro, 2013
06 novembro, 2013
04 novembro, 2013
03 novembro, 2013
"-Alguém se magoou?
-Não, valha-nos ao menos isso, - disse Mrs. Beaver - tirando duas criadas que perderam a cabeça e saltaram pelo meio da clarabóia para o pátio. Não corriam nenhum perigo. O fogo nunca chegou aos quartos, devo dizer."
Primeiras linhas de
"Um Punhado de Pó"
Evelyn Waugh
trad. Daniel Jonas
Cotovia, 2008
02 novembro, 2013
"Do alto das furnas via-se o burgo dormindo; uma névoa de Primavera, fria, engelhava as casas e o arvoredo. Era dia Santo, com feira no Salgueiral. Tinha de se partir cedo, dando tempo à mula para arrastar a velhice e vencer os solavancos do caminho, a subida da serra escalvada, onde a urze e os corvos vigiavam a solidão."
Primeiras linhas de
"A Casa da Malta"
Fernando Namora
Bertrand, 1978
01 novembro, 2013
"A infância não explica a vida; e a vida não explica a obra. Mas uma e outra se condicionam e esclarecem. Quando em torno de uma obra, a vida não cessa de fazer um tumulto que lhe serve de obstáculo ou de publicidade, quando a própria obra se refere à infância assim como ao mistério a que tudo se reduz, é bem legítimo debruçarmo-nos sobre o que foi seu húmus e constitui sua lenda.
A obra de Orson Welles permanece marcada pela impureza da vida, não conseguiu desligar-se dessa vida que se apresenta como uma infância prolongada, geralmente admirável, e por vezes monstruosa."
Primeiras linhas de
Orson Welles
Maurice Bessy
Editorial Presença, 1965
31 outubro, 2013
"Há dias em que os deuses falam ao meu coração imundo. Eu não sei se Deus existe. Jamais me foi dado contemplar a sombra da sua face. As suas mãos não descem à noite sobre as minhas pálpebras, trazendo apaziguamento às insónias que me devoram. Pela manhã ninguém me diz: Levanta-te e Caminha."
Primeiras linhas de
Sapos Vivos e Outros Monstros
Maria Regina Louro
Relógio D'Água, 1984
Assinar:
Postagens (Atom)