Noé Sendas |
27 junho, 2014
26 junho, 2014
Marlene Dumas, The Next Generation, 1994-5 |
Contra o muro
O primeiro gesto é o pior.
Desenhar uma linha divide o papel em dois.
Desenhar mapas e fronteiras faz dos vizinhos estrangeiros.
Nas culturas bélicas todas as gerações de crianças foram educadas
a pensar exclusivamente em imagens-inimigo.
A arte é uma forma de dormir com o inimigo.
Tenho imenso respeito pelos jornalistas que arriscam
as suas vidas para nos mostrarem aquilo que está a acontecer aqui e agora. Não estou a tentar
melhorar o seu trabalho. Não sou uma repórter local. Sou uma artista de estúdio.
Viajo através da minha imaginação, ou assim deveria fazer - vivo na minha imaginação.
Não quero que destruam Israel.
Quero que se acabe com a ocupação da Palestina.
Quero que acabemos a Segunda Guerra Mundial,
Para que possamos acabar a Terceira Guerra Mundial.
Mas isso não pode ser pintado. Só os muros podem ser pintados.
Nunca encarei a pintura como uma janela ou como um espelho do mundo.
Talvez a veja mais como uma porta com o aviso Não Entrar
ou uma carta com a informação "Devolver ao remetente - Desconhecido neste paradeiro".
Ou uma fronteira.
O primeiro gesto é o pior.
Desenhar uma linha divide o papel em dois.
Desenhar mapas e fronteiras faz dos vizinhos estrangeiros.
Nas culturas bélicas todas as gerações de crianças foram educadas
a pensar exclusivamente em imagens-inimigo.
A arte é uma forma de dormir com o inimigo.
Tenho imenso respeito pelos jornalistas que arriscam
as suas vidas para nos mostrarem aquilo que está a acontecer aqui e agora. Não estou a tentar
melhorar o seu trabalho. Não sou uma repórter local. Sou uma artista de estúdio.
Viajo através da minha imaginação, ou assim deveria fazer - vivo na minha imaginação.
Não quero que destruam Israel.
Quero que se acabe com a ocupação da Palestina.
Quero que acabemos a Segunda Guerra Mundial,
Para que possamos acabar a Terceira Guerra Mundial.
Mas isso não pode ser pintado. Só os muros podem ser pintados.
Nunca encarei a pintura como uma janela ou como um espelho do mundo.
Talvez a veja mais como uma porta com o aviso Não Entrar
ou uma carta com a informação "Devolver ao remetente - Desconhecido neste paradeiro".
Ou uma fronteira.
Marlene Dumas
24 junho, 2014
I
Estamos mesmo no princípio, percebes? Como que antes de tudo.
Com mil e um sonhos para trás de nós e parados.
II
Não consigo imaginar um saber mais sagrado do que este:
O homem deve tornar-se um principiante.
O que escreve a primeira palavra de uma tirada secular.
Rainer Maria Rilke, Notas Sobre A Melodia das Coisas
Estamos mesmo no princípio, percebes? Como que antes de tudo.
Com mil e um sonhos para trás de nós e parados.
II
Não consigo imaginar um saber mais sagrado do que este:
O homem deve tornar-se um principiante.
O que escreve a primeira palavra de uma tirada secular.
Rainer Maria Rilke, Notas Sobre A Melodia das Coisas
23 junho, 2014
22 junho, 2014
21 junho, 2014
20 junho, 2014
15 junho, 2014
Agnes Martin |
If you live by perception, as
all artists must, then you sometimes have to wait a long time for your mind to
tell you the next step to take. … When you’re with other people, your mind
isn’t your own.
First, I have the experience
of happiness and innocence. Then, if I can keep from being distracted, I will
have an image to paint.
The artist lives by
perception. So that what we make is what we feel. The making of something is
not just construction. It’s all about feeling… everything, everything is about
feeling…. feeling and recognition!
Agnes Martin
The Artists Observed: 28
Interviews with Contemporany Artists, John Gruen
13 junho, 2014
(hoje é para ti, Angela.)
Sabe, se quer que lhe diga, do que eu
me lembro bem, e para mim o que é importante, são os sítios onde escrevi, as
situações em que escrevi. Há um poema que diz: «Quando à noite desfolho e
trinco as rosas». Isto é absolutamente verdade: eu ia para o jardim da minha
avó colher rosas, a minha avó já tinha morrido e era um jardim semi-abandonado,
colhia camélias no Inverno e rosas na Primavera. Trazia imensas rosas para
casa, havia sempre uma grande jarra cheia delas em frente da janela, no meu
quarto. E depois eu desfolhava e comia as rosas, mastigava-as... No fundo era a
tentativa de captar qualquer coisa a que só posso chamar a alegria do universo,
qualquer coisa que floresce.
Entrevista de Sophia de Mello Breyner Andresen a José Carlos de
Vasconcelos
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