12 janeiro, 2015

Emily e Joan

Enviamos a Onda ao encontro da Onda -
Uma Missão tão divina,
O Mensageiro também enamorado,
Esquecendo-se de voltar,
E temos a sábia percepção ainda,
Embora feita em vão,
O momento mais sensato para deter o mar é quando o mar já partiu -

Emily Dickinson, Esta É A Minha Carta Ao Mundo e Outros Poemas


Joan Miró, 1925

11 janeiro, 2015

António e Harry

Tudo é vago, tudo é irmão do vento, tudo é informulável.
Se escrevesse as palavras poderiam ser lâmpadas de pólen. 
Antonio Ramos Rosa

Harry Callahan, Eleanor, Chicago,1954

10 janeiro, 2015

Grete Stern

Grete Stern, Autoretrato, Buenos Aires, 1970


Grete Stern, Sueño nº29: s/ título, 1949

Grete Stern, Sueño nº35: s/título, 1949

Grete Stern, Sueño nº20: Perspectiva, 1949

09 janeiro, 2015

Maurice de Vlaminck

Maurice de Vlaminck, La Seine a Chatou, 1905

08 janeiro, 2015

Harry Callahan

Harry Callahan, Cape Cod, 1972


Harry Callahan, Study,1948

Sylvia Plath

The frost makes a flower, 
the dew makes a star.


Sylvia Plath

07 janeiro, 2015

Minor White, Essence of Boat, Lanesville, 1967

06 janeiro, 2015

John Baldessari


John Baldessari,
Person on Bed (Blue) and Large Shadow (Orange ) and Lamp (Green)
2004

John Baldessari, Arm and Pillow, 2010

05 janeiro, 2015

T.S.Eliot e Virginia Woolf

T.S.Eliot e Virginia Woolf

T.S.Eliot

Haverá por certo um tempo
Para o fumo amarelo que desliza pela rua
E esfrega as costas na vidraça;
Haverá um tempo, tempo 
De compor um rosto para olhares os rostos que te olharem;
Tempo de matar, tempo de criar,
E tempo para todos os trabalhos e os dias, de mãos
Que se erguem e te deixam cair no prato uma pergunta;
Tempo para ti e tempo para mim,
E tempo ainda para cem indecisões
E outras tantas visões e revisões
Antes de tomar o chá e a torrada.

T.S.Eliot; A Canção de Amor de J. Alfred Prufrock

04 janeiro, 2015

Cada um está só sobre o coração da terra
Trespassado por um raio de sol:
E de repente é noite.

Salvatore Quasimodo, Rosa do Mundo



02 janeiro, 2015

"Querida imaginação, o que mais amo em ti, é que tu não perdoas."

André Breton, Manifesto Surrealista

Anne-Karin Furunes

Anne-Karin Furunes, Displacement, 2011

01 janeiro, 2015

Anish Kapoor

Anish Kapoor, Sky Mirror, Red, 2009

31 dezembro, 2014

Sleepless





CT, 2014, Sleepless  (da série Sleeping Head)



30 dezembro, 2014

Edouard Boubat

Edouard Boubat, Rémi Listening to the Sea,1955

Paul Celan

(...)

di-lo, como se eu fosse este 
teu branco,
como se tu fosses
o meu,

(...)

Paul Celan, Sete Rosas Mais Tarde

28 dezembro, 2014





Ingeborg Bachmann e Paul Celan, 1952
























Uma Espécie de Perda

Usámos a dois: estações do ano, livros e uma música.
As chaves, as taças de chá, o cesto do pão, lençóis de linho e uma cama.
Um enxoval de palavras, de gestos, trazidos, utilizados, gastos.
Cumprimos o regulamento de um prédio.Dissemos.Fizemos.E estendemos sempre a mão.

Apaixonei-me por Invernos, por um septeto vienense e por Verões.
Por mapas, por um ninho de montanha, uma praia e uma cama.
Ritualizei datas, declarei promessas irrevogáveis,
idolatrei o indefinido e senti devoção perante um nada,

(o jornal dobrado, a cinza fria, o papel com um apontamento)
sem temores religiosos, pois a igreja era esta cama.

De olhar o mar nasceu a minha pintura inesgotável.
Da varanda podia saudar os povos, meus vizinhos.
Ao fogo da lareira, em segurança, o meu cabelo tinha a sua cor mais intensa.
A campainha da porta era o alarme da minha alegria.

Não te perdi a ti,
perdi o mundo.

Ingeborg Bachmann, O Tempo Aprazado