13 fevereiro, 2015

O amor é uma ocasião sublime para o indivíduo amadurecer, tornar-se algo em si mesmo, tornar-se um mundo para si, por causa de um outro ser; é uma grande e ilimitada exigência que se lhe faz, uma escolha e um chamado para longe.



Rainer Maria Rilke, Cartas a Um Jovem Poeta

10 fevereiro, 2015

CT, s/d

CT, 9 fev 2015

09 fevereiro, 2015

Li Bai

Se regressares através da Garganta do Rio Azul,
Por favor, não te esqueças de me avisar.
Para que eu possa ir ao teu encontro
Tal é a minha ânsia 
De te abraçar, que não me metem medo o vento de areia,
Nem a distância.

Li Bai, Qual é a Minha e a Tua Língua
  À querida memória de Antónia

CT, 9 fev 2015

04 fevereiro, 2015

A condição para saber ver ao longe é estarmos dentro de nós se se trata do próprio, ou de ter renunciado a si mesmo se se trata dos outros.

Almada Negreiros, Nome de Guerra

Merce Cunningham

Merce Cunninghan Dance Company, Beach Birds, 1993

03 fevereiro, 2015

Ben Vautier, 1936







Ben Vautier

Ben Vautier, Total Art Match-Box, 1965

02 fevereiro, 2015

Alice Hutchins, Group 2, Model A, 1968
























Alice Hutchins, Portal, 1975

Alice Hutchins, Night and Day, 1977
























Alice Hutchins

Alice Hutchins
Fluxus

31 janeiro, 2015

30 janeiro, 2015

Homer Page

Homer Page, New York, 1949

29 janeiro, 2015

Poema 
para  o Mário Cesariny


Moveu-se o automóvel - mas não devia mover-se
não devia!

Ontem à meia-noite três relógios distintos bateram:
primeiro um, depois outro e outro:
o eco do primeiro, o eco do segundo, eu sou o eco do terceiro

Eu sou a terceira meia-noite dos dias que começam

Pregões de varina sem peixe
- o peixe morreu ao sair da água
e assim já não é peixe

Assim como eu que vivo uma VIDA EXTREMA.


António Maria Lisboa, A Única Real Tradição Viva

António e Mário

António Maria Lisboa segurando Mário Cesariny
sobre os telhados de Lisboa, 1949

Alberto Caeiro

Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim. Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Alberto Caeiro

Piet Mondrian


Piet Mondrian, Chrysanthemum, 1909